Clube com piscina de ondas de até três metros e surfe deve abrir em Porto Alegre em 2024

O cenário paradisíaco de praias com águas cristalinas, coqueiros protegendo a faixa de areia fina e uma rica fauna e flora ainda estão longe de serem reproduzidos à altura em centros urbanos. Porém, a engenharia permite que uma piscina crie ondas capazes de empolgar surfistas e admiradores do esporte. Um empreendimento no estilo “surf club” está em desenvolvimento pela Surf Loch, construtora de piscinas de ondas artificiais, e a Siemens, gigante alemã da tecnologia, para ser construído em Porto Alegre. A previsão de inauguração é para o primeiro semestre de 2024, ainda sem local divulgado.


The Pool/Divulgação


— Será um clube, com associação através da aquisição de joia, com surfe ilimitado — resume José Andrade, sócio do projeto.

Quem quiser se antecipar à fila de associados deste clube precisa comprar um título no valor de R$ 48 mil. A aquisição dá direito a cadastrar um casal e três dependentes de até 21 anos para usufruir da praia artificial, que também terá academia, restaurante, lojas e escola de surfe construídos em contêineres. As informações estão disponíveis neste site.

Consultada pelo site GZH nesta quinta-feira (8), a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) informou que não tem nenhum protocolo com pedido de construção semelhante em seus sistemas. No entanto, a empresa argumenta que não é necessário entrar com processo administrativo porque o projeto não caracteriza área construída, observadas as determinações impostas pelo Plano Diretor.

Um plano anterior de construir uma piscina com ondas em uma praia artificial previa como sede o terreno do Clube Farrapos, com portaria na Avenida Cristiano Fischer. Anunciado em 2012 pela empresa Wave Loch, não avançou.

A Wave Loch foi vendida, e um dos sócios fundou a Surf Loch. Ela não confirma, porém, que o Clube Farrapos seja a localização do empreendimento anunciado para 2024.


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Inovação

As piscinas com ondas artificiais são uma tendência crescente no mundo do surf. Desde a inclusão do Surf Ranch (Califórnia), propriedade do 11 vezes campeão mundial e lenda do esporte Kelly Slater, na Liga Mundial de Surfe (World Surf League, ou WSL, na sigla em inglês) de 2018, estruturas semelhantes começaram a ser replicadas ao redor do mundo. No Brasil, a Fazenda da Grama, no interior de São Paulo, e um resort em Rio Quente, Goiás, contam com maquinários capazes de reproduzir ondulações de até 1,2 metro — menos da metade do prometido pela The Pool Surf Club para a capital gaúcha.

A tecnologia apresentada pela Surf Loch para Porto Alegre seria capaz de formar ondas de até três metros de altura. Apesar de imagens mostrarem um resultado semelhante ao local onde o Mundial de Surfe ocorre longe do mar, a piscina gaúcha funcionará com uma propulsão diferente da pioneira Surf Ranch.

Enquanto na Califórnia uma espécie de trem arrasta um volume de água em uma determinada profundidade para provocar a ondulação na superfície, a primeira onda perfeita do Rio Grande do Sul deve ser criada a partir da variação de pressão em tanques de ar, que vão disparar “sopros” propulsores. A ideia, de acordo com vídeo explicativo no site da empresa, é que as diferentes intensidades entre cada um dos oito tanques de ar proporcionem uma gama quase infinita de condições surfáveis para quem estiver na água.

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