PESQUISA: Diferença de preços pode levar à economia de até R$ 3 mil por ano

Um levantamento realizado pela Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) mostra que pesquisar preços antes da compra em supermercados pode render uma economia anual de até R$ 3 mil ao consumidor.

A pesquisa foi feita em 698 estabelecimentos de seis capitais: Belém (PA), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). Os técnicos analisaram mais de 92 mil preços encontrados em hipermercados, supermercados e lojas com descontos.

Tânia Rego/Agência Brasil

Os avaliadores da Proteste analisaram dois tipos de cesta de consumo, uma delas formada apenas por produtos de marcas líderes de mercado e outra mais econômica, sem marcas definidas.

No caso da cesta econômica, no Rio de Janeiro, a economia chega a R$ 3.035,40 de diferença, por ano, entre um estabelecimento e outro. Em São Paulo, R$ 2.888,76; R$ 2.279,64 em Salvador; R$ 1.710,12 em Porto Alegre; R$ 1.655,54 em Belém, e R$ 1.155,12 em Goiânia.

Já em relação à cesta com os líderes de marca, a diferença de preços entre mercados diminui, mas ainda é significativa. A variação anual é maior em São Paulo, com R$ 2.265,60, caindo para R$ 2.231,40 no Rio de Janeiro e R$ 1.250,52 em Goiânia. Em Belém, a economia chega a R$ 1.195,12, R$ 1.167,12 em Salvador e R$ 941,52 em Porto Alegre.

Segundo Mariana Rinaldi, da entidade, os consumidores que pesquisam preços com frequência são menos suscetíveis a grandes variações, pois conseguem distinguir quando um produto, de fato, está mais caro ou barato.

“É preciso considerar que a precificação no varejo é muito dinâmica por ser facilmente impactada por uma série de aspectos, como a movimentação da concorrência, sazonalidade da produção e conjuntura macroeconômica, por exemplo. Até mesmo a região na qual um ponto de venda está localizado influencia o preço final dos produtos, destacou.

Alguns itens ganharam destaque na pesquisa da Proteste pela diferença de preços, como a esponja dupla face no Rio de Janeiro, com uma variação de 443% sem considerar a marca, indo de R$ 2,19 a R$ 5,99. Em São Paulo, o levantamento identificou uma variação de 487% no quilo do limão, que chega a custar entre R$ 1,99 até R$ 5,99.

Outros produtos que surgiram com uma variação significativa foram o desinfetante sanitário, o caldo de galinha, a esponja de lã de aço e o quilo da mandioca, que em Porto Alegre pode custar 2,98 num lugar mas até 7,89 em outro.

Ainda na cesta econômica, sem marcas escolhidas, em Goiânia, o desodorizador sanitário foi observado a R$ 1,99 e R$ 6,95, uma diferença de 249%. Enquanto em Belém, o destaque foi o caldo de galinha, entre R$ 1,15 e R$ 2,96 – variação de 157%.

Já na cesta com líderes de marca, em Salvador, a lã de aço foi encontrada entre R$ 1,58 e R$ 4,05, uma diferença de 156%. Em Porto Alegre, também entre os produtos de marcas definidas, o quilo de mandioca variou entre R$ 2,98 e R$ 7,89.

Mariana Rinaldi destaca que os itens com maior variação são justamente os de uso corriqueiro, como os da cesta básica, produtos de limpeza, hortifrúti e proteínas. Segundo a especialista, é possível perceber uma tendência nos consumidores de adaptação na lista em busca de marcas mais econômicas.

“Essa movimentação deve-se a razões estruturais, como desvalorização cambial, alta dos combustíveis e fretes, além da subida da inflação, fatores que reduziram o poder de compra e o valor do dinheiro”, declarou.

O estudo da Proteste só corrobora aquilo que todo consumidor sabe: tem que pesquisar antes de comprar.

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