Professor da UFSM recebe medalha de sociedades científicas europeias por contribuição na área química

Professor e pesquisador dos programas de pós-graduação em Química e em Engenharia Química da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Érico Marlon de Moraes Flores recebeu, neste mês de setembro, na República Tcheca, uma importante distinção na área de química, a Medalha Ioannes Marcus Marci. A entrega ocorreu durante o Simpósio Europeu de Espectrometria Analítica. O professor é o primeiro pesquisador da América Latina a receber essa distinção.

Foto Arquivo Pessoal

"Entendo que é uma distinção da nossa Universidade Federal de Santa Maria, assim como para toda a pesquisa brasileira, que ganha muito mais visibilidade, muito mais reconhecimento no exterior, ou seja, reconhecimento de nossos parceiros internacionais o que é sempre bom porque aumenta o prestígio do Brasil", diz.

Além da projeção internacional e a visibilidade que o prêmio proporciona para a pesquisa, o pesquisador destaca o fato de ser um trabalho em equipe, de um grupo de pesquisa que atua em laboratório. O pesquisador trabalha com a técnica de espectrometria atômica, a partir da qual desenvolve métodos analíticos que permitem a análise de controle de qualidade de diferentes materiais, como fármacos e alimentos, por exemplo.

A técnica ajuda a assegurar questões de segurança, uma vez que determina elementos e graus de toxidade dos materiais. Entre os trabalhos, o professor cita a descoberta, em 2001, da causa de mortes de pacientes com leishmaniose que eram tratados medicamentos à base de antimônio e que continham, naquele momento, altas concentrações de metais pesados.

Reconhecimento à ciência

Érico Marlon de Moraes Flores cita o reconhecimento como exemplo de valorização da ciência.

"A nossa ciência, que tem sido tão atacada, recentemente, e que poderia ser muito melhor valorizada, pela própria sociedade e pelos órgãos de governo, trazendo mais recursos para a pesquisa e permitindo que outros pesquisadores ganhem mais reconhecimento internacional", afirma.

Essa valorização, ele entende, motiva as novas gerações de cientistas e permite avanços de inovação científica. O pesquisador destacou ainda a importância dos órgãos de financiamento da pesquisa no Brasil, "notadamente a Fapergs, aqui no RS, mas também CNPQ, Finep e outros órgãos importantes para o desenvolvimento científico do Brasil".

Para o futuro, Flores afirma que há "varias perspectivas e contatos com centros de pesquisa e empresas no Brasil e no exterior interessados na aplicação desses métodos". Pelos trabalhos na UFSM, o pesquisador foi convidado para assumir o cargo de Vice-Diretor do Conselho Executivo da Aliança de Pesquisa e Inovação em Educação e Agricultura entre China e América Latina.

A Medalha Ioannes Marcus Marci foi instituída há cerca de 45 anos e é entregue levando em conta a contribuição que os pesquisadores deram ao longo de sua carreira para a área de espectroscopia e espectrometria atômica com repercussão mundial. Entre os pesquisadores ganhadores da distinção estão seis vencedores do prêmio Nobel.

O reconhecimento foi entregue por duas sociedades científicas da Europa, a Slovak Spectroscopic Society e Ioannes Marcus Marci Spectroscopic Society.

Leia a notícia original no site G1

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