Festa Literária de Paraty (RJ) tem escritora negra homenageada pela primeira vez na história

A escritora Maria Firmina dos Reis foi a escolhida para ser homenageada na tradicional Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, a primeira presencial depois de dois anos. O evento começou nesta quarta (23) no Rio de Janeiro e a escritora é a quinta mulher a receber uma homenagem e a primeira negra. Até agora, já foram escolhidas Clarice Lispector, Ana Cristina César, Hilda Hilst e Elizabeth Bishop. "As personagens e narrativas memoráveis de Maria Firmina têm inspirado coletivos de leitura, professoras e autoras contemporâneas com sua linguagem, imagens e abordagens de um Brasil real e ficcional que atravessa duzentos anos de uma independência controversa", diz o texto da curadoria da Flip enviado à imprensa.

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Mas quem foi Maria Firmina dos Reis? Para você conhecer um pouco mais sobre a escritora homenageada, veja cinco curiosidades sobre ela: Primeira autora a publicar um romance no Brasil Maria Firmina dos Reis não foi só a primeira negra a ser homenageada pela Flip. Ela foi pioneira em muitas outras coisas dentro da literatura. A maranhense é autora de "Úrsula", primeiro romance publicado por uma mulher e por uma mulher negra no Brasil. Além disso, esse também foi o primeiro romance abolicionista, ou seja, que abordava o fim da escravidão - narrado do ponto de vista de escravizados - , escrito em língua portuguesa.

Úrsula: um marco para o Brasil. Já imaginou a loucura que foi para a sociedade escravista brasileira ver uma mulher negra publicando um livro em 1859, 29 anos antes do fim da escravidão? Então, apesar do pioneirismo, Maria Firmina e sua obra mais conhecida foram deixadas ao esquecimento. Só recentemente a escritora e seu livro vêm sendo mais estudados e lidos. "[Maria Firmina dos Reis] é uma intelectual que deveria estar presente desde sempre no rol de intérpretes e pensadores do Brasil e, no entanto, é ainda pouco conhecida. O silenciamento da autoria negra é sistêmico e organiza nosso sistema literário", comentou sobre a autora Fernanda Miranda, pesquisadora e autora de "Silêncios Escritos: Estudos de Romances de Autoras Negras Brasileiras (1859-2006).

Veja a reportagem original e completa no ECOA do UOL 

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