NOVEMBRO AZUL: conheça hábitos saudáveis que ajudam a prevenir o câncer de próstata

O câncer de próstata é tipo mais frequente entre os homens, depois do câncer de pele, segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Dados apontam que o risco de ser diagnosticado com a doença ao longo da vida é de 16%.

A próstata é uma glândula que apenas o homem possui e que fica localizada na parte baixa do abdômen. É ela a responsável por produzir parte do sêmen, um líquido espesso liberado durante o ato sexual, que nutre e protege os espermatozoides.



Sintomas 

Considerado um câncer da terceira idade, com cerca de 75% dos casos no mundo a partir dos 65 anos, na fase inicial não apresenta sintomas. De maneira geral, quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, o que pode dificultar a cura. Veja alguns desses sinais:

- Presença de sangue na urina e ou sêmen;

- Vontade de urinar com frequência;

- Dor ao urinar;

- Fluxo urinária interrompido ou fraco;

- Disfunção erétil.

É importante lembrar que esses sintomas e sinais também estão relacionados à doenças benignas da próstata, como a hiperplasia benigna da próstata (aumento benigno) e a prostatite (inflamação provocada por bactérias).

Conheça os fatores de risco

Segundo especialistas, entre os fatores de risco do câncer de próstata estão o histórico familiar, principalmente nos casos em que o pai ou irmão tiveram a doença antes dos 60 anos de idade, sobrepeso e obesidade, além da nacionalidade (mais comum na América do Norte, noroeste da Europa, Austrália e nas ilhas do Caribe).

A médica oncologista Luana Tamara Pescuite, alerta para a importância de se manter uma rotina de exames. "Os homens devem iniciar a rotina de exames anuais aos 50 anos, mas aqueles que têm casos de câncer de próstata na família devem começar mais cedo, aos 45 anos".

A importância do diagnóstico precoce 

É exatamente por meio de um diagnóstico precoce que o câncer de próstata tem mais chances de cura. Descoberto em estágio inicial, elas giram em torno de 90%.

"O diagnóstico do câncer de próstata combina o exame de sangue com dosagem do PSA (antígeno prostático específico) e o exame de toque retal. O PSA não elimina a necessidade do toque retal, através do qual pode-se detectar a presença de nódulos ou tecidos endurecidos, já que o câncer de próstata se desenvolve mais frequentemente na zona periférica desta glândula. Mesmo assim, os dois exames não têm 100% de precisão", explica Luana.

A biópsia é o exame que responsável por determinar ou não se há presença do câncer. Ele é feito através de punção por agulha. O equipamento é guiado por um método de imagem, como o ultrassom ou ressonância magnética, por exemplo e dura cerca de 15 minutos. O paciente é anestesiado ou sedado.

Toque retal: tabu pode levar à morte

Infelizmente o tabu que ainda gira em torno do exame preventivo de toque retal é um fator que contribui para a ausência de homens nos consultórios, segundo a oncologista Morgana Stelzer Rossi.

"Uma pesquisa divulgada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo no ano passado, mostrou que quase a metade dos brasileiros acima dos 45 anos (49%) nunca realizou o exame. Os dados são ainda mais preocupantes. Para 24% dos entrevistados, esse é um cuidado pouco másculo, enquanto que 13% acreditam que o toque retal não é necessário para a detecção precoce do câncer", alerta.

Já Luana explica que o exame é simples, rápido e indolor. Além de importante: em conjunto com o PSA, aumenta a chance de diagnosticar precocemente a doença. "Não afeta a masculinidade do homem e é um exame sigiloso entre o médico e o paciente". 

Tratamentos

Com a doença diagnosticada, o médico definirá o melhor e mais eficiente método para tratar o câncer. Ele pode ser feito por meio de cirurgia, quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia, radioterapia, além de outros meios, dependendo do quadro do paciente. André Tófoli é oncologista e explicou como eles acontecem.

Cirurgia – é indicada para tratar o câncer que se localizada dentro da glândula da próstata e oferece maiores chances de cura.

Radioterapia – é a utilização de uma radiação de alta energia (raios-X) para combater as células cancerígenas.

Terapia hormonal – controla o nível dos hormônios masculinos (testosterona) que estimulam o crescimento do tumor. O procedimento pode ser feito por meio de injeções, cirurgia, terapia oral.

Quimioterapia – recomendado para homens que possuem câncer de próstata em metástase (que já se espalhou por outras partes do corpo) e não respondem mais ao tratamento hormonal. Consiste na combinação de drogas específicas para destruir as células cancerígenas.

Observação vigilante – é feito em casos que indicam tumores poucos agressivos, chamados de indolentes. Por meio de consultas regulares ao médico, o avanço do câncer de próstata é acompanhado de perto pelo médico.

Hábitos saudáveis ajudam a prevenir o câncer de próstata

Para André Tófoli mais do que falar sobre tratamentos, o fundamental é trabalhar a prevenção da doença. 

"Antes de falarmos nos tratamentos do câncer de próstata, deveríamos discutir sobre as medidas de prevenção, pois adotar alguns hábitos saudáveis de vida pode ajudar a prevenir o câncer de próstata".

O especialista  listou alguns desses cuidados que podem e devem ser adotados. Veja: 

1.  Alimentação saudável: uma dieta equilibrada, com variedade de frutas, legumes, vegetais e grãos, carnes magras e pouca gordura contribui para a saúde em geral;

2. Exercícios físicos: a prática regular de exercícios ajuda a manter o peso adequado e a diminuir o acúmulo de gordura, além de contribuir para o bom funcionamento das células;

3. Não fumar e evitar bebidas alcóolica: em excesso, favorecem o surgimento do câncer de próstata, além de trazer vários outros prejuízos para a sua saúde;

4. Evitar contato com substâncias cancerígenas: por exemplo, arsênio, fuligem e gases do escapamento de carros.

Vale lembrar que assim como nos demais procedimentos de saúde, todo o processo de consulta, exames e tratamento do câncer de próstata tem início na Atenção Primária à Saúde (APS).

Nesse caso, a população deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da região onde reside.

Com informações do SUS e da Folha Vitória





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