Brasil inaugura novo módulo científico no interior da Antártica

Nesta semana, sob uma temperatura de 15 graus negativos, quatro pesquisadores da UFRGS completaram a instalação do módulo científico Criosfera 2 no manto de gelo da Antártica. O novo laboratório – uma plataforma de coleta de dados ambientais que está a 2 mil quilômetros ao sul da estação antártica brasileira Comandante Ferraz – funcionará somente com energia solar e eólica.

Divulgação

Construído com tecnologia brasileira em uma cooperação com a indústria gaúcha, o módulo científico coletará dados do clima e da concentração de dióxido de carbono (CO2, o principal gás de efeito estufa) ao longo de todo o ano. Foi instalado em um sítio propício para a investigação das mudanças climáticas na Antártica e conexões do tempo meteorológico e clima no Sul do Brasil. Liga-se a uma rede de dados ambientais entre a Amazônia e a Antártica, importante para investigar as origens e intensificação de eventos extremos de precipitação, ondas de calor e frio e estiagens no atual cenário de mudanças climáticas.

O módulo está localizado em cima de uma calota de gelo (de 600 metros de espessura), ao sul do Mar de Weddell, com vista para a montanha mais alta da Antártica (maciço Vinson, com 4.897 metros de altitude). A temperatura no Criosfera 2 durante o inverno deve cair a 40 graus negativos. É a partir dessa região que as massas de ar frio provenientes do platô polar abastecem o mar de Weddell (no oceano Austral) no inverno e são responsáveis pela intensificação dos eventos extremos e ondas de frio no Sul do Brasil.

Esta missão de professores do Centro Polar e Climático da UFRGS faz parte do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) e conta com financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).

Com informações da UFRGS



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