Um dos primeiros estudos científicos do ano de 2023 revela mais uma qualidade do líquido mais precioso do planeta: a água. Não há médico ou nutricionista que não nos recomende a hidratação diária com uma boa quantidade de água, mas um artigo publicado na revista eBioMedicine na primeira semana de janeiro revela que bebê-la em quantidades recomendadas e manter-se hidratado ajudam a retardar o processo de envelhecimento nos seres humanos e previnem doenças crônicas. A pesquisa foi feita por cientistas do National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos.
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A hipótese da pesquisa foi inspirada por estudos anteriores feitos com camundongos de laboratório nos quais foi experimentada a restrição de água ao longo da vida, que acabou causando alterações degenerativas e encurtou a vida do roedor em seis meses, o que corresponde a cerca de 15 anos da vida humana. Além disso, a falta da água aumentou o sódio sérico nos animais.
Este novo estudo foi feito com quase 16 mil pessoas entre 45 e 66 anos, e com acompanhamento ao longo de 25 anos. A avaliação confirmou que o nível de sódio no sangue cresceu entre os participantes que não se hidratavam corretamente. A conclusão dos cientistas foi que os integrantes desse grupo que bebeu menos água, na meia-idade têm maior risco de serem biologicamente mais velhos que suas idades cronológicas, além de desenvolver doenças crônicas – incluindo insuficiência cardíaca, demência, doença pulmonar crônica, acidente vascular cerebral e diabetes – e ainda, morrer mais jovens (com uma probabilidade de 21%).
Conforme o estudo, a análise identificou um limiar de sódio sérico de 142 mmol/l que pode ser usado na prática clínica para identificar pessoas em risco que podem se beneficiar potencialmente com uma melhor hidratação.
“Como a diminuição da hidratação é um dos principais fatores que elevam o sódio sérico, os resultados são consistentes com a hipótese de que a diminuição da hidratação pode acelerar o envelhecimento. Pesquisas mundiais mostram que mais de 50% das pessoas não bebem as quantidades recomendadas de líquidos. Portanto, os resultados de nosso estudo fornecem razões adicionais para reforçar as recomendações já existentes para a ingestão ideal de líquidos”, aponta a pesquisa.
O estudo não especificou qual volume de água é recomendado por dia, uma vez que a tese dos dois litros diários têm enfrentado algumas críticas. No Brasil, o Ministério da Saúde orienta que a quantidade ideal de água a ser ingerida diariamente depende de vários fatores, como a idade e o peso da pessoa, a atividade física que realiza e, até mesmo, o clima e a temperatura do ambiente onde vive.
Para alguns, a ingestão de aproximadamente dois litros de água por dia pode ser suficiente. Bebês até seis meses de idade, por exemplo, com amamentação materna exclusiva, não necessitam ingerir água, pois a substância está presente no leite materno. O importante, porém, é jamais deixar de se hidratar, ainda em verões muito quentes como a gente vive aqui no Brasil.
Leia a notícia original no Estadão
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