Brasil recupera mesmo nível alunos matriculados do período pré-pandemia

Pelo menos duas boas notícias em uma só: o Censo Escolar 2022, divulgado pelo Ministério da Educação na semana que passou, revela que temos mais estudantes matriculados na educação básica, com crescimento de 714 mil alunos a mais em relação a 2021. A outra informação positiva é que chegamos ao mesmo patamar do número de crianças e adolescentes em sala de aula do período pré-pandemia. 


Tânia Rêgo/Agência Brasil


Realizado anualmente, o Censo Escolar, que traz dados sobre escolas, professores, gestores e alunos de todas as etapas e modalidades de ensino, é o principal instrumento de coleta de informações da educação básica. O último levantamento, divulgado em dezembro de 2021, havia revelado uma queda significativa no número de matrículas durante a pandemia.

Segundo os datos do novo censo, somente no ano passado foram matriculados 47,4 milhões de estudantes nas 178,3 mil escolas de educação básica no Brasil, o que representou um aumento de 714 mil matrículas em comparação com 2021. A rede privada, que havia apresentado a maior queda no número de matrículas durante a pandemia, expandiu 10,6% de 2021 para 2022.

Na educação infantil, o número de matrículas em creches teve um aumento de 8,9% na rede pública e de 29,9% na rede privada, em comparação com o ano anterior. Segundo o Censo Escolar 2022, existem 74,4 mil creches em funcionamento no Brasil. Nesse universo, 66,4% das matrículas são da rede pública e 33,6%, da privada, sendo que 50,7% dessas creches privadas possuem convênio com o poder público.

A pesquisa ainda mostrou que na pré-escola – que abrange alunos de 4 e 5 anos – foram registradas mais de 5 milhões de matrículas no ano passado. Dessas, quase 80% são na rede pública. Na rede privada, 166,7 mil alunos frequentam escolas conveniadas com o poder público.

Também foi registrado um aumento de 1,2% no número de matrículas no Ensino Médio, contabilizando quase 8 milhões de estudantes matriculados no ano passado. A rede estadual tem a maior participação nessa etapa (84,2%), atendendo 6,6 milhões de alunos.

Esse crescimento atinge o patamar pré-pandemia de alunos matriculados em escolas no país.

RS registra aumento de quase 3% no número de alunos matriculados em 2022

O Rio Grande do Sul registrou um aumento de 2,95% no número de alunos matriculados em 2022. O estado teve um total de 2.266.494 matrículas no ano passado, o que representa quase 65 mil estudantes a mais na comparação com 2021. 

O aumento foi registrado em todas as etapas da Educação Básica. Na Educação Infantil, o maior aumento de vagas foi na etapa de creche, que atende crianças de até 3 anos. Foram quase 28 mil matriculados a mais nas redes municipais, responsáveis pela maior parte do atendimento nessa faixa etária.

Mesmo com o incremento, o Rio Grande do Sul ainda tem dificuldade de se aproximar da meta prevista no Plano Nacional de Educação nessa etapa, com muitas crianças na fila de espera por vaga. O ministro Camilo Santana diz que esse é um cenário desafiador para todo o país.

''Apesar de ter ocorrido aumento das matrículas nas creches no último ano, ainda estamos longe de garantir as 5 milhões de matrículas para pelo menos garantir 50%, que é o que diz o Plano Nacional de Educação até 2024'', afirmou Camilo Santana.

O Ensino Médio foi uma das etapas que mais sofreram com a evasão dos alunos durante a pandemia. Dados revelam que o número de estudantes vai diminuindo à medida que eles avançam ao longo dos três anos.

O problema da perda de estudantes tem sido enfrentado com estratégias de busca ativa, em que as escolas tentam levar os estudantes de volta às instituições de ensino. A presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação diz que esse trabalho, feito em parceria com o Estado e também o Ministério Público deve ser permanente.

"Esses dados nos retratam uma situação, e é preciso pensar políticas públicas. Então, todo financiamento é importante nesses pontos onde o censo escolar mostra as maiores defasagens, onde precisamos investir mais, mas estamos esperançosos", afirma Maristela Guasselli.

Com informações da Gazeta do Povo e G1

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