#BAITAEXEMPLO: Depois de perder o filho em acidente de trânsito, ele resolveu ensinar pessoas a andar de bicicleta

Foi um episódio triste no trânsito que motivou o professor aposentado Carlos Augusto da Silva, 68 anos, a dedicar tempo para ajudar pessoas. Há 25 anos, ele perdeu o filho, de 11 anos, em um atropelamento na Avenida Antônio de Carvalho, em Porto Alegre. O menino foi atingido por um veículo quando atravessava a rua e morreu na hora. Veja a lição de vida do Carlos logo abaixo da imagem.

Reprodução Facebook


— Eu tomei aversão ao trânsito e achei que era uma forma de mudar essa realidade, lançando mais pessoas de bicicleta na rua — comenta o professor.

Decidido a reduzir a violência no trânsito, Carlos Augusto resolveu usar a experiência como educador para transmitir conhecimento. Trocando a sala de aula pelas ruas e ciclovias, se tornou voluntário e passou a auxiliar quem nunca teve a oportunidade de aprender a andar de bicicleta. Somente neste ano já foram 121 alunos, e a ideia é aumentar ainda mais esse número. 

— A energia que eles emanam quando conseguem achar o pedal é indescritível — conta. 

Morando em um pequeno apartamento no bairro Menino Deus, o ciclista encontrou um cantinho para guardar cinco bicicletas, mas tem outras que estão emprestadas com participantes do projeto. 

— Meu plano é conseguir uma parceria, quem sabe até com a EPTC, para conseguir armazenar as bicicletas e oferecer mais estrutura aos alunos — afirma Carlos Augusto. 

A funcionária pública Ivete Lange Ribeiro, 66 anos, é uma das novatas no mundo das bikes. Feliz em dar as primeiras pedaladas, a aluna conta que nunca tinha andando de bicicleta e que ainda está buscando segurança para andar na rua sozinha.

— Ele tem um vozeirão e sabe direitinho quando estamos fazendo algo errado — brinca ela. 

Cheio de orgulho dos aprendizes, Carlos Augusto se diz realizado aos ver os alunos encontrando a estabilidade e a confiança a cada ensinamento.

— Estou realizando o meu sonho de tornar o trânsito mais humano — ressalta. 

As aulas ocorrem semanalmente e não têm restrição de idade. Aos domingos, o ponto de encontro é no Ginásio Tesourinha, na Avenida Erico Veríssimo, das 9h às 12h. Nas quartas-feiras, o grupo se reúne no Arco ao Expedicionário, na Redenção.  

Leia a reportagem original em GZH e ouça a entrevista de Carlos

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