Seja por oportunidade ou necessidade, o empreendedorismo se faz presente na economia das comunidades menos favorecidas. É o que confirma a pesquisa “Empreendedorismo nas Favelas”, desenvolvida pelo Sebrae RS com apoio das Prefeituras de Porto Alegre, Pelotas e Sicredi. O estudo inédito ouviu 1,5 mil empreendedores de cinco regiões de Porto Alegre e uma de Pelotas para apresentar um mapeamento do perfil, desafios e oportunidades de quem atua para gerar renda e promover o desenvolvimento local, muitas vezes sem sequer se reconhecer como tal.
Pesquisa do SEBRAE foi divulgada no South Summit / Divulgação |
Nada menos que 98% dos entrevistados afirmaram atuar profissionalmente nas comunidades onde vivem. E isso não é pouca coisa. Dados do IBGE apontam que 520 mil pessoas moram em favelas no Rio Grande do Sul - uma população equivalente à da Cidade de Caxias Sul, a segunda maior cidade do Estado.
Realizada em parceria com o Data Favela, a pesquisa foi aplicada nos meses de janeiro e fevereiro deste ano em duas etapas: análise qualitativa, com grupos focais e uma comunidade online; e quantitativa, ouvindo empreendedores das favelas Bom Jesus, Morro da Cruz, Restinga, Vila Cruzeiro e Vila Planetário (Porto Alegre) e Guabiroba (Pelotas). O estudo, que conta ainda com a participação da Locomotiva Consultoria, Marketing e Negócios Emergentes, foi apresentado na manhã desta quinta-feira (30/03), durante o segundo dia do South Summit Brazil, em Porto Alegre, no Espaço SebraeX.
“As favelas são por natureza ambientes marcados pela diversidade, com uma economia própria e auto suficiente. Queremos fortalecer este trabalho e permitir uma maior conexão entre estes empreendedores e a cidade como um todo, tornando os seus negócios ainda mais sustentáveis”, explica o diretor-superintendente do Sebrae RS, André Godoy.
PERFIL DOS EMPREENDEDORES
Motivação para empreender em Porto Alegre
56% (Oportunidade)
44% (Necessidade)
Motivação para empreender em Pelotas
45% (Oportunidade)
55% (Necessidade)
Baixa renda (Classes C, D e E)
76% (Porto Alegre)
83% (Pelotas)
Negros
64% (Porto Alegre)
52% (Pelotas)
Baixa escolaridade (até o Ensino Fundamental)
53% (Porto Alegre)
53% (Pelotas)
Percentual do empreendimento dentro do orçamento doméstico
91% (Porto Alegre)
85% (Pelotas)
Já realizou curso de gestão e empreendedorismo
22% (Porto Alegre)
9% (Pelotas)
Acredita na necessidade de ter maior orientação sobre gestão financeira
84% (Porto Alegre)
69% (Pelotas)
Utiliza a internet para trabalhar
80% (Porto Alegre)
77% (Pelotas)
Utiliza o smartphone para trabalhar
98% (Porto Alegre)
97% (Pelotas)
Possui CNPJ
34% (Porto Alegre)
33% (Pelotas)
Possui sede do empreendimento
48% (Porto Alegre)
44% (Pelotas)
Está otimista com o seu negócio atualmente
84% (Porto Alegre)
65% (Pelotas)
Gostaria de seguir empreendendo
80% (Porto Alegre)
81% (Pelotas)
PRINCIPAIS NECESSIDADES:
Estrutura:
- Obtenção de crédito;
- Local adequado de trabalho (produção, estoque, demais tarefas);
- Acesso a equipamentos e ferramentas de trabalho (dispositivos, conexão, dados).
Capacitação:
- Especialização no ramo de atuação;
- Especialização em gestão de negócio;
- Formalização: Benefícios e obrigações do CNPJ, passo a passo.
Informação:
- Comunicação / divulgação do negócio online / redes sociais;
- Administração financeira: separação das despesas, utilização da conta jurídica;
- Precificação.
PRINCIPAIS METAS:
- Crescimento/expansão financeira do seu negócio;
- Ampliação e diversificação do portfólio de produtos e serviços;
- Ampliação da cartela de clientes;
- Construção/ampliação do espaço físico do negócio.
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