NOTÍCIA #TRILEGAL: NOITE DOS MUSEUS reúne milhares de pessoas nas ruas da capital gaúcha

A sétima edição da Noite dos Museus movimentou a região central de Porto Alegre neste sábado (20). Milhares de pessoas foram às ruas da Capital para visitar os centros culturais e conferir as atrações artísticas da programação. No Centro Histórico, o movimento de pedestres era intenso. Em outras edições, a Praça da Alfândega concentrava a maior parte do público devido às instituições culturais do Estado — que não participaram da programação neste ano — em seu entorno. Em 2023, não foi diferente: o local recebeu milhares de pessoas, que acompanharam atrações musicais nos palcos. O espaço foi o que mais recebeu visitantes.

A principal atração foi o show surpresa internacional da cantora mexicana Julieta Venegas. 


Clóvis Andrade/Rede #AtitudePositiva

Nathália Vales, 22 anos, que trabalha com recursos humanos, é fã da artista e saiu de Arroio dos Ratos para vê-la após descobrir no Jornal do Almoço deste sábado que ela se apresentaria no local. A jovem chegou à Praça da Alfândega às 17h para garantir um lugar na grade.

— Não tenho palavras para o show. Achei que fosse mentira — comentou Nathália, que também teceu elogios ao evento.

Várias pessoas transitaram a pé de um local para o outro — algumas com celulares na mão. O trânsito na região central foi intenso, sobretudo rumo à Praça da Alfândega e à Praça da Matriz.

Os arredores do Theatro São Pedro e do Palácio Piratini, ambos participantes do evento, também estavam cheios. As pessoas comiam e bebiam do lado de fora do teatro e na praça. Vários food trucks ofereciam diferentes opções de alimentos.

No entanto, a região foi uma das que mais registrou filas, formadas por quem não garantiu um ingresso. Neste ano, a produção do evento organizou agendamentos prévios, mas os ingressos esgotaram. O público podia permanecer na fila para tentar entrar, mas a prioridade era de quem realizou o agendamento.

Algumas pessoas com quem a reportagem conversou aguardavam há mais de três horas para visitar o Piratini. Elas alegaram que permaneceram na fila porque havia poucas opções de museus participantes neste ano, nunca entraram no prédio e a visitação ocorre em poucas datas. Conforme a organização do evento, foi necessário encerrar a fila para garantir o acesso do público que já estava aguardando.

No São Pedro, a visita foi à exposição permanente no subsolo, e não ao teatro. Pequenos grupos eram liberados para fazer uma visitação rápida pelo memorial do local. 

Kellen Andrades, 45, ficou uma e hora e meia na fila. Ela relatou que a situação estava complicada, mas que, no geral, o resto estava "bem tranquilo".

— Acho bem interessante ter esses eventos culturais em Porto Alegre — ressaltou.

Já o contador Alexandre Brasil, 40, veio de Canoas para o evento. Ele passou pelos museus da Brigada Militar e do Comando Militar do Sul, onde enfrentou filas rápidas, antes de se dirigir ao Theatro São Pedro. Amigas que estavam com ele reclamaram da mesma situação em relação às filas nos anos anteriores. Mais tarde, o fluxo começou a fluir.

Dentro do Multipalco Eva Sopher, no São Pedro, o público aguardava ansioso, em outra fila, para o show de Pâmela Amaro. As pessoas cantaram e dançaram junto com a artista na concha acústica.

Apesar da demora para acessar os espaços culturais enfrentada por alguns, não houve grandes reclamações do público. As pessoas com quem a reportagem conversou elogiaram a limpeza dos banheiros químicos disponibilizados e a segurança nas ruas. Outros relataram ainda que permaneceram pouco tempo nas filas.

Ao longo da noite, as pessoas seguiram bebendo nas ruas e tirando fotos em frente aos museus. A organização havia prometido reforçar a segurança do evento, e policiais militares e bombeiros transitaram pelos espaços culturais. Contudo, faltou orientação no trânsito: motoristas custavam a parar no Centro Histórico, e o público fez travessias arriscadas nas ruas.

No Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), antes mesmo das 19h, o público já aguardava o ingresso do lado de fora, em frente ao palco montado no local. O centro cultural exibiu a exposição "Esta coisa que pulsa", sobre a produção artística da Oficina de Criatividade, que atua há mais de 30 anos no Hospital Psiquiátrico São Pedro.

A artista Clarissa Ferreira e Quarteto de Cordas se apresentaram no local. Enquanto parte do público se reuniu para acompanhar a música, outros ouviam o som enquanto aguardavam na fila.

O artista visual Carlos Eduardo Ramos, 25, veio de Gravataí para curtir a Noite dos Museus, e o Museu da UFRGS foi o primeiro que visitou.

— Estou gostando bastante, a curadoria das obras está impecável. O line-up disponibilizado também está bem interessante. Estou ansioso para ver outros espaços também — afirmou.

Célio Pechina, técnico em Planejamento, 58 anos, veio conhecer a exposição em família. O museu também foi o escolhido para dar início à noite.

— A exposição mostra uma evolução. É uma forma de mostrar, para os jovens, para verem uma realidade diferente de hoje, e que hoje é melhor — disse sobre os trabalhos expostos, criados por frequentadores da Oficina de Criatividade, e a reforma psiquiátrica.

O Centro Histórico-Cultural (CHC) Santa Casa, por sua vez, não chegou a lotar ou a enfrentar filas. Várias crianças circularam pelo espaço, que recebeu duas atrações infantis nesta noite. Além disso, no local, comidas e bebidas também estavam à venda.

O CHC tem um acervo institucional e conta a história do complexo hospitalar. Ele exibiu a exposição "Fragmentos de uma história de todos nós". A apresentação da banda de jazz First Aid Medical Band, formada por médicos, concentrou o público em um dos auditórios.

A professora de Enfermagem Carmen Duro, 59 anos, foi ao local por causa do filho e para assistir aos shows — ela aguardava o de Marcelo Delacroix. Ela avaliou o evento como "maravilhoso". O companheiro dela, Sérgio da Silveira, 66, concordou:

— Tem todo o astral, o movimento da cidade.

Para ela, a saída das instituições do Estado não abalou o desejo de participar do evento.

— Pelos motivos que vi, de depredação nos anos anteriores, acho muito válido que os museus fiquem respaldados — apontou.

Fonte: GZH



Comentários