#TBT: Filha e pai faxineiro são aprovados juntos na universidade federal do Ceará

Essa história maravilhosa de superação é de 2019. O estudo é uma das coisas mais importantes na vida de uma pessoa. Muitas vezes não damos valor ao acesso à educação, mas as pessoas que crescem sem a oportunidade de estudar têm opções muito limitadas do que fazer com as próprias vidas, já que as boas oportunidades de crescimento favorecem aqueles que estudam.

É cada vez maior o número de adultos ou de idosos que buscam as escolas e universidades. Essas pessoas, que por algum motivo foram privadas do estudo durante a juventude, têm ânsia por conhecimento, pela melhora de vida, e entendem que um diploma abre muitas portas. Apesar de ficarem em desvantagem em alguns aspectos, mantêm-se firmes, dedicados e alcançam grandes conquistas.


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Os protagonistas dessa história são João Monte Rodrigues, de 52 anos, e a filha Ester Rodrigues, de 17 anos. São uma família muito simples, que vive na comunidade indígena dos Tapeba, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza.

João teve uma infância complicada, e não pôde se dedicar totalmente aos estudos, já que trabalhava na roça ou em outras atividades. Ele atualmente é funcionário de serviços gerais em uma repartição pública.

Desempregado e sabendo que os estudos poderiam lhe trazer mais oportunidades, ele resolveu voltar à escola em 2012, depois de 34 anos sem estudar, e recebeu muito apoio da família e dos amigos.

Ester, filha de João, também estava na escola, e eles chegaram ao final do Ensino Médio no mesmo período. Os dois iriam realizar o ENEM e estudavam juntos até tarde, aprendendo um com o outro e se preparando para a grande oportunidade de conseguir o ensino superior.

“Nessa idade, é mais cansativo, mais difícil, mas conseguimos e terminamos juntos”, contou João.

Depois de muito estudo, os dois foram aprovados. Ester foi aprovada para o curso de Engenharia Ambiental, e João, beneficiário das ações afirmativas para a população indígena, conquistou sua vaga para Engenharia de Petróleo.

Foi uma grande conquista para os dois, que sem condições de pagar um cursinho preparatório, tiveram que estudar por conta própria, o que exige ainda mais dedicação e comprometimento.

A notícia da aprovação foi muito emocionante para João, que realizou um grande sonho. Em entrevista ao jornal O Povo, João falou sobre a conquista:

“Ainda não caiu a ficha! “Ser universitário” é grande para mim, um sonho mesmo! Acho que só vou acreditar quando entrar na sala de aula, no primeiro dia mesmo. Tô ansioso. Penso na glória do final, em conquistar uma carreira. Já me considero um grande vitorioso, em chegar até aqui”.

Aprovados no Sisu, ambos fizeram a matrícula no começo de fevereiro.

No entanto, a permanência na faculdade ainda não é uma certeza, ele precisará de uma Bolsa Permanência do Ministério da Educação para conseguir finalizar a graduação, porque o curso é integral, e ele não poderá trabalhar.

Fonte: site O AMOR



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