Depois da pandemia, das reuniões on-line e do home office, profissionais e empresas estão buscando constantemente a reavaliação das rotinas e dos ambientes de trabalho. A mais recente novidade que já está virando tendência é o “workcation” – um conceito que combina trabalho e férias. O termo vem das palavras WORK, de trabalho e VACATION, de férias.
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A premissa é que se possa estar trabalhando na beira da praia, em meio à natureza, ou mesmo em sua cidade natal distante, enquanto pode desfrutar das conveniências e facilidades que o local oferece. A ideia não está apenas ganhando adeptos entre aqueles que buscam um equilíbrio melhor na vida profissional e pessoal, mas também em algumas empresas que estão reconhecendo o valor desse tipo de flexibilidade.
Diferente do “nomadismo digital”, o workcation não é um estilo de vida e as viagens são planejadas para serem temporárias, com data de ida e retorno.
Exemplo dessa tendência
Dalia Hamiyeh, executiva de comunicação da Publicis em Lausanne, na Suíça, é um exemplo vivo dessa tendência. Ela decidiu passar uma semana trabalhando remotamente no Líbano, sua terra natal, graças à política de trabalho remoto de seu empregador. O plano é trabalhar durante o dia e aproveitar as noites para estar com a família. Essa abordagem permite que ela mantenha a produtividade enquanto desfruta do ambiente familiar e relaxante.
Mas o conceito de “workcation” é muito mais que apenas uma nova moda. Uma pesquisa recente da YouGov revelou que 53% dos americanos que atuam remotamente mostraram interesse em trabalhar dessa forma nos próximos 12 meses, principalmente jovens de 18 a 34 anos.
No melhor dos casos, um “workcation” permite longos períodos de trabalho concentrado e tranquilo. Além disso, estar em um novo ambiente pode estimular a criatividade e oferecer uma pausa muito necessária da rotina diária.
Empresas já reconhecem o potencial do “workcation”
Empresas como Google, Citigroup, Petrobrás e American Express já reconheceram essa tendência, permitindo que os funcionários trabalhem temporariamente em um local diferente de seu escritório principal durante uma parte do ano. Além de oferecer aos trabalhadores um "refresco" bem-vindo, a sistemática também pode trazer benefícios para a companhia, aumentando a produtividade e a satisfação do colaborador.
A criação do programa workation da rede de hotéis Selina acompanha esse movimento. Todas as unidades oferecem espaços de coworking, mas os programas de workation oferecidos em diversos países, incluindo o Brasil, combinam trabalho remoto em horário comercial com a oferta de experiências turísticas e rodas de interação entre os participantes. O objetivo, de acordo com Mónica Ordoñez, diretora comercial regional do Selina, é oferecer um ambiente produtivo ao mesmo tempo em que as pessoas criam comunidade e fazem amigos durante as atividades oferecidas.
Também pensando nas novas demandas dos profissionais, a CI&T, multinacional brasileira de TI e desenvolvimento de software, criou o programa Workation, onde proporcionam experiências internacionais de até 90 dias para os seus colaboradores sem prejudicar a rotina de trabalho.
No entanto, as “workcations” apresentam seus próprios desafios. Alguns dos obstáculos a serem considerados são:
- Questões regulatórias;
- Responsabilidades fiscais;
- Regras de imigração.
Além disso, encontrar um local adequado para trabalhar também pode ser uma tarefa complicada. Felizmente, empresas como a Ashore estão surgindo para facilitar a busca por locais de “workcation”, oferecendo espaços de trabalho adequados em locais de férias.
A pandemia transformou drasticamente as formas de trabalho. Embora o boom do trabalho remoto possa ter passado, a flexibilidade se tornou algo inegociável para uma parcela dos profissionais que experimentaram esse formato. E que bom que muitas empresas estão atentas a isso!
Fonte: Estadão e Edital Concursos Brasil
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