ARTIGO: "O futuro não é mais como era antigamente", por BRUNO EIZERIK

Damos sequência à publicação dos artigos publicados aqui na Rede #AtitudePositiva dentro do CONEXÃO EDUCAÇÃO, nosso maior projeto de conteúdo realizado em nossa plataforma de boas notícias em nossos mais de cinco anos de existência. Nesta segunda participação, convidamos o Reitor da UNICNEC de Bento Gonçalves, Bruno Eizerik, para refletir sobre o futuro da educação. O articulista também é presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) e ex-presidente Sinepe/RS, além de outras atuações no campo da educação e das escolas privadas.

Junte-se a nós nesta emocionante iniciativa para moldar um futuro brilhante para a educação. Boa leitura!


O futuro não é mais como era antigamente

Em um momento em que tudo é incerteza, que planejamentos de longo prazo são feitos para o próximo mês, tenho uma única certeza: a escola precisa mudar. Vou tomar emprestada a máquina do tempo do Dr. Who (uma boa opção de série para maratonar) e me transportar para 2065 e, convido você, leitor, a me acompanhar em uma viagem no tempo. 

Em 2065 as pessoas não entendem como os alunos ficavam de quatro a seis horas por dia em uma sala de aula para aprender, e ainda por cima com alguém despejando conteúdo. Juro que foi um baque quando ouvi isto, e pensei: o que houve com a escola! 

Bruno Eizerik, Reitor da UNICNEC de Bento Gonçalves / Divulgação


Me contaram que a evolução foi gradual, mas as coisas começaram a mudar a partir de 2020, quando alguns dogmas da escola antiga começaram a ruir. O primeiro deles foi que o aluno passou a ser o ator principal no processo de ensino aprendizagem. Se descobriu através do ensino remoto, por causa do isolamento social, que os alunos podiam aprender desta forma, com o professor supervisionando, como um tutor, apontando os caminhos. Nesse futuro, não tão distante, o professor é muito valorizado, ganha mais do que um deputado (sim eles ainda existem). A conclusão a que chegaram é que devemos entregar o protagonismo do ensinar e aprender não para quem ensina e, sim, para quem aprende. A palavra-chave é autonomia do aluno. Com isto, ganhamos jovens mais independentes, mais seguros de si, com mais condições de fazer escolhas e melhores cidadãos, pois são responsáveis pelo seu futuro. O aluno quer aprender, não porque algum conteúdo cai no ENEM (fiquem tranquilos ele não existe mais em 2065), mas sim porque aquele conhecimento é importante para sua vida. 



Outro dogma que caiu foi o espaço de aprender. Em 2020, e o processo foi lento, começou a se questionar se a sala de aula era o único lugar onde pode haver aprendizagem. As escolas mudaram muito, os alunos podem se reunir, podem estudar individualmente e não estão mais separados por idades – que coisa mais antiquada – mas sim por interesses, trabalhando em projetos interdisciplinares. Apesar dos órgãos reguladores, sim eles ainda existem, matrizes curriculares e seriação são coisas do passado. 

Este texto é uma obra de ficção, mas fazendo uma adaptação da frase de Peter Drucker, para criarmos um futuro, precisamos primeiro imaginá-lo!


Bruno Eizerik

Reitor da UNICNEC de Bento Gonçalves





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