ARTIGO: "Palpitar ou se adaptar", por FERNANDO DE PAULA

Seguimos com as publicações dos artigos publicados aqui na Rede #AtitudePositiva dentro do CONEXÃO EDUCAÇÃO, nosso maior projeto de conteúdo realizado em nossa plataforma de boas notícias em nossos mais de cinco anos de existência. Neste quarto texto, o convidado é o diretor de Educação da FEDERASUL - Federação das Associações Comerciais do RS, Fernando de Paula, que provoca a reflexão sobre o campo da educação. 

Junte-se a nós nesta emocionante iniciativa para moldar um futuro brilhante para a educação. Boa leitura!

Fernando de Paula - Divulgação


Educação: palpitar ou se adaptar

A escola é um dos lugares mais sensíveis da sociedade já que todos os extratos e atores sociais estão ali inseridos, cada um no seu contexto, com seus interesses e com sua visão e expectativas de futuro. As famílias depositam nela a esperança de um a adequada preparação das crianças e jovens para transitarem e prosperarem nesse futuro.

O setor produtivo tem a expectativa de que deste ambiente saiam futuros profissionais com as competências necessárias para garantir a existência e o crescimento das empresas. O desenvolvimento e a soberania do país são alguns dos objetivos do poder público com a educação básica. E para a sociedade , como um ali está depositada a esperança em futuros cidadãos no sentido mais amplo desta palavra. 

Mas de que futuro se está falando? Um futuro que é presente, que acontece a cada dia com as mudanças no contexto cultural, econômico, ecológico, relacional. Um futuro que vai acontecendo ao mesmo tempo em que o ser humano, as gerações, vão mudando.

É natural que uma geração critique a geração seguinte. É comum ouvir frases do tipo: “Os jovens de hoje estão perdidos”, “Estes jovens não querem nada com nada, não são comprometidos com o seu aspecto profissional”. Porém, não se pode esquecer que a geração seguinte foi educada pelas gerações anteriores e que a missão de quem já estava por aqui é ser “anfitrião” desta nova geração, é recebê-los e criar o melhor ambiente para que eles entreguem o seu melhor para a sociedade.

O mundo empresarial ainda está com dificuldades em se relacionar com a geração Z (1997 a 2010), que está chegando. Hoje, as empresas são habitadas pelos nativos da geração Millennials (1980 a 1996), que são geridos pela geração X (1960 a 1979). E a grande dor destes “profissionais experientes” é como captar e reter os talentos jovens que chegam ao mercado e se deparam com um ambiente ainda organizado em “ e que, rapidamente, desistem e procuram locais mais identificados com as suas características.

A geração que está nas salas de aula da educação básica hoje é outra, nem é mais a Z, é a geração Alpha, dos nascidos de 2010 a 2024, e que, segundo a revista Meio & Mensagem, tem como algumas das suas características a forte curiosidade a busca de independência a atitude questionadora, a hiperconectividade e a dificuldade de concentração. 

E então, como se preparar para reduzir as dificuldades futuras com o choque de gerações a partir das experiências e dores atuais?

A atitude natural e corriqueira é: palpitar na escola! Cada ator social se sente autorizado a interferir numa instituição tão importante para adequar os jovens ao mercado de trabalho e à sociedade. Os palpites vão desde como deveria ser a estrutura física da escola, passando pela formação de professores e chegando, inclusive, ao projeto pedagógico, com sugestões sobre conteúdos, controle da disciplina e a
metodologia aplicada lá dentro da sala de aula. Essa atitude, muitas vezes, ignora e desrespeita os pro fissionais da Educação, especialistas no processo ensino aprendizagem em todas as suas etapas e especificidades, que é um vasto campo de conhecimento no qual trabalham, estudam e pesquisam milhares de profissionais.




Será que não seria mais inteligente, vide os resultados atingidos até agora, Será que não seria mais inteligente, vide os resultados atingidos até agora, adequar o mercado de trabalho, as empresas, a essas novas pessoas que estão chegando adequar o mercado de trabalho, as empresas, a essas novas pessoas que estão chegando e que foram fruto da sociedade construída?

Neste sentido, reconhecendo o óbvio: a expertise dos profissionais da educação sobre Educação, a Federasul, entidade representante do setor produtivo no estado do Rio Grande do Sul, através do seu Grupo de Trabalho da Educação, está implementando um projeto piloto no município de Passo Fundo em parceria com a Prefeitura Municipal, Secretaria Municipal de Educação e de universidades. Este projeto prevê o acolhimento nas empresas de jovens que estão nas escolas municipais com o objetivo de conhecê-los, compreendê-los e de gerar conhecimento para que as empresas, escolas e sociedade se adaptem a essas novas gerações e se tornem espaços adequados para o desenvolvimento do aspecto profissional do ser humano. 

As novas gerações não desistiram de trabalhar, mas elas precisam ver significado, propósito e pertencimento para se engajarem em qualquer projeto. O desafio é enorme, quase utópico, mas os primeiros passos estão sendo dados no caminho de colaborar para Educação a partir do que podemos fazer dentro do setor produtivo. Educação é compromisso de todos, mas com participações respeitosas aos profissionais da área e com integração colaborativa a partir das realidades da sociedade.

Fernando de Paula

Diretor de Educação da FEDERASUL




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