DIA MUNDIAL DO AVC: OMS alerta que 90% dos derrames têm prevenção

A Organização Mundial da Saúde adverte que um em cada quatro adultos com mais de 35 anos experimentará um acidente vascular cerebral (AVC) em algum momento de suas vidas. Além disso, 90% desses AVCs podem ser evitados por meio do controle de fatores de risco, como hipertensão, tabagismo, dieta inadequada e falta de atividade física. No Dia Mundial do AVC, que ocorre nesteem 29 de outubro, a organização destaca que essa condição é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo, atingindo pessoas de todas as idades. Estima-se que mais de 12 milhões de indivíduos em todo o mundo sofrerão um AVC este ano, dos quais 6,5 milhões não sobreviverão, enquanto mais de 110 milhões de sobreviventes lidarão com sequelas.

Tânia Rego/Agência Brasil

O AVC é um evento em que o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido, podendo ser de natureza isquêmica (causada por obstrução de vasos sanguíneos) ou hemorrágica (quando os vasos sanguíneos se rompem). Os principais fatores de risco incluem pressão alta, diabetes, altos níveis de colesterol, falta de atividade física, tabagismo, consumo excessivo de álcool, idade avançada, sexo masculino, pertencimento a grupos étnicos específicos e histórico familiar. Embora não exista cura para as lesões cerebrais decorrentes de um AVC, a reabilitação desempenha um papel crucial na recuperação do paciente.

Embora o AVC seja mais comum em pessoas com mais de 60 anos, casos entre indivíduos jovens estão se tornando mais frequentes. Isso tem implicações significativas, pois o AVC pode resultar em incapacidades significativas, afetando a capacidade de trabalho, aumentando os custos para sistemas de seguridade social e exigindo cuidadores. O reconhecimento dos sinais de um AVC e a busca por tratamento imediato são essenciais, pois podem salvar vidas e melhorar as chances de recuperação. O tempo é crucial, especialmente no caso de AVCs isquêmicos, onde o tratamento medicamentoso é eficaz dentro de quatro horas e meia, ou procedimentos endovasculares em até seis horas após o início dos sintomas. A prevenção, por meio do controle de fatores de risco, é fundamental para reduzir a incidência de AVCs e salvar vidas. Conscientizar as pessoas sobre os sinais de um AVC e a importância da busca de atendimento médico imediato é essencial, pois o tratamento rápido pode fazer uma diferença significativa na recuperação dos pacientes.

Entenda 

De acordo com o neurologista e coordenador do serviço de AVC do Hospital Albert Einstein, Marco Túlio Araújo Pedatella, o AVC acontece quando há uma obstrução do fluxo de sangue pro cérebro. Ele pode ser isquêmico (quando há obstrução de vasos sanguíneos) ou hemorrágico (quando os vasos se rompem). Em ambos os casos, células do cérebro podem ser lesionadas ou morrer. 

“Os principais fatores de risco que temos hoje pro AVC são pressão alta, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo, fumo, uso excessivo de bebida alcoólica, além de outros fatores que a gente não consegue interferir muito, como idade, já que acaba sendo mais comum em pacientes mais idosos, sexo masculino, pessoas da raça negra e orientais e histórico familiar, que também é um fator de risco importante.” 


Jovens 

Apesar de o AVC ser mais frequente entre a população acima de 60 anos, os relatos de casos entre jovens têm se tornado cada vez mais comuns. Pedatella lembra que, nesses casos, os impactos são enormes, uma vez que a doença pode gerar incapacidades importantes a depender do local e do tamanho da lesão no cérebro.  

“Acometendo um paciente jovem, uma pessoa que, muitas vezes, vai deixar de trabalhar, vai precisar fazer reabilitação, gerando enorme gastos. Em vários casos, dependendo da sequela, esse paciente precisa de ajuda até pra andar, então, vai tirar um familiar do trabalho pra poder auxiliar. Então acaba aumentando muitos os gastos de seguridade social, além dos gastos com tratamento e reabilitação.” 

“Infelizmente, a gente não tem um remédio que trate, que cure essas lesões. Os pacientes melhoram com a reabilitação, mas dependendo da lesão, do tamanho, da localização, podem ficar com alguma sequela mais incapacitantes.” 


Reconhecendo sinais 

O especialista explica que reconhecer os sinais de um AVC e buscar tratamento rapidamente não apenas salva a vida do paciente, mas amplia suas chances de recuperação. “O AVC é um quadro repentino, súbito. Acontece de uma vez.” 

“A pessoa tem perda de força ou de sensibilidade de um ou de ambos os lados do corpo; perda da visão de um ou de ambos os olhos; visão dupla; desequilíbrio ou incoordenação motora; vertigem muito intensa; alteração na fala, seja uma dificuldade para falar, para articular palavras, para se fazer ser compreendido ou compreender; além de uma dor de cabeça muito intensa e diferente do padrão habitual”. 

“É recomendado que, na presença de qualquer um desses sinais, entre em contato com o serviço de urgência para que o paciente possa ser avaliado por um médico e afastar a possibilidade de um AVC. A gente tem uma janela muito estreita, no AVC isquêmico, pra poder tratar esse paciente e evitar sequelas incapacitantes – até quatro horas e meia com tratamento medicamentoso e até seis horas com procedimento endovascular."


Fonte: Agência Brasil

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