#CENADECINEMA: Renato Martins escreve sobre o documentário A NOITE QUE MUDOU O POP

A NOITE QUE MUDOU O POP, o documentário disponível na Netflix, revela a noite do 29 de janeiro de 1985, que reuniu 45 artistas do pop para gravar a canção "We Are the World", um projeto solidário para ajudar a combater a fome na África.   

A inciativa foi do maestro e diretor musical Quincy Jones e do cantor Lionel Richie, que aproveitaram um evento musical de premiação em Los Angeles naquela data, que seria apresentado por Lionel, inclusive, e que reuniria dezenas de artistas famosos.  A engenhosa operação deu certo, e das 23h30 às oito da manhã eles conseguiram concretizar a gravação dos vocais individuais, duetos e os coros da música composta por ninguém menos do que Michael Jackson e por Lionel, o grande mentor de tudo.


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Egos, ciúmes, invejas, medos, fome, cansaço, afinações, desafinações e até o alto grau etílico atrapalharam a ideia e a gravação em si, num estúdio de LA, longe dos olhares da imprensa. Hoje seria impossível de realizar uma coisa dessas.

Para quem gosta de pop, o documentário é imperdível. São muitas informações e registros históricos. Técnicos, cinegrafistas e empresários ajudam a contar a história, que consegiu também gravar depoimentos com nomes famosos como de Richie, Bruce Springsteen, Cindi Lauper, Smokey Robinson, Tom Bahler, Huey Lewis, Kenny Loggins, entre outros.

Tina Turner, Michael Jackson, Harry Belafonte, Kenny Rogers, Ray Charles e outros, são alguns dos saudosos que estão nos registros e já nos deixaram.

O película, toda feita em formato 4:3, para respeitar os arquivos de vídeo da época (formato quadrado), ainda revela por que Prince e Madonna não participaram daquela noite, se eles estavam na premiação e portanto em Los Angeles.      

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Eu gostei bastante porque gosto de música pop e cresci ouvindo todos esses ídolos. Como obra de cinema, porém, o documentário ainda fica devendo, pois se calca demais nas imagens da gravação. Poderiam ser incluídas outras entrevistas contextualizadas de televisão, e alguns depoimentos de Michael Jackson e Quincy Jones, por exemplo, por telefone (certamente retirados de alguma entrevista à rádios), poderiam ser buscados em vídeos. Mas é melhor do que nada. Talvez o nonagenário Quincy não tenha querido atender ao pedido de gravar algo. 

Nota 7 para o público em geral

Nota 8,5 para mim, que sou fissurado pelo pop


renatomartins@redeatitudepositiva.com.br

Renato Martins, jornalista, radialista, cinéfilo e professor, editor da Rede #AtitudePositiva e criador do projeto mulimídia #CenadeCinema. Renato também é apresentador na Rádio Guaíba de Porto Alegre e na RDC TV.



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