O mapa de Porto Alegre em 1820, o mais antigo da cidade, desapareceu, mas uma cópia foi descoberta em processo judicial. Ela apresenta o traçado das primeiras ruas da capital gaúcha, um povoado de aproximadamente 10 mil habitantes nas margens do Guaíba. A Rua da Praia, que teria o nome trocado para Rua dos Andradas, era a mais próxima do rio.
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| Reprodução/Memorial da Justiça Federal do RS |
Cronistas antigos de Porto Alegre citavam o mapa elaborado pelo coronel Joze Pedro Cezar, geógrafo e cartógrafo da província, em 1820. Ninguém sabe o destino do original e de cópia feita em 1872, que ficavam na Câmara Municipal.
A supervisora da Seção de Memória Institucional da Justiça Federal do Rio Grande do Sul, Cristiane Galvan de Souza, conta que a descoberta de outra cópia ocorreu em 2018, quando a equipe do Memorial da Justiça Federal analisava processos antigos, em um trabalho de restauração e catalogação. Em uma demanda da família Couto, que questionava a propriedade de terras, estava a cópia do "desenhador" Israel Affonso Azambuja, feita em 1884.
O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRGS) analisou o material, importante para entender os primórdios da cidade. O pesquisador Ronaldo Marcos Bastos providenciou a digitalização, permitindo a melhor visualização do traçado das ruas e praças.
— É o mapa mais antigo de Porto Alegre que conhecemos. Agora, com a divulgação, poderemos ter a análise dos historiadores sob vários pontos de vista — comemora Bastos.
O pesquisador explica que o mapa não traz nenhuma grande revelação, mas oferece detalhes que comprovam coisas que já pensavam. Ele cita, por exemplo, a confirmação da existência de uma escadaria em frente à Casa Rosada, atual Memorial Legislativo, na Rua Duque de Caxias.
O mapa está com os nomes antigos das vias de Porto Alegre: ruas do Cotovelo e da Ponte (Riachuelo), Rua Formoza (Duque de Caxias), Rua do Arvoredo (Fernando Machado), Rua de Bragança (Marechal Floriano), Caminho Novo (Voluntários da Pátria), etc. Nem todas estavam urbanizadas. A Praça Paraízo é a atual Praça XV de Novembro. Um trapiche ficava na Praça da Alfândega, na altura da atual Rua Sete de Setembro.
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| Reprodução/Memorial da Justiça Federal do RS |
Para apresentar em detalhes a pesquisa e a cópia do mapa, o Memorial da Justiça Federal e o IHGRGS promoverão aula aberta ao público em 9 de abril, com participação de Ronaldo Bastos e da professora Daniela Marzola Fialho, arquiteta e doutora em história.
Aula aberta sobre mapa histórico de 1820
- Quando: 9 de abril de 2024, 17h
- Onde: Auditório da Justiça Federal, em Porto Alegre (Rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, 600, 9º andar)
- Ingresso: entrada franca
- Inscrições: memoria@jfrs.jus.br
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