Coletivo Pacto Alegre ensina práticas sustentáveis para a separação do lixo

Na nova fase do Projeto Limpeza Solidária, do Pacto Alegre, mutirões continuam na Capital e em toda a Região Metropolitana, porém uma nova necessidade se impõe: a separação e o descarte dos resíduos.

“O estado em que encontram seus móveis, eletrodomésticos, todas as suas memórias é impactante e estar ao lado destas famílias nesses momentos é muito importante e necessário, não só como exercício de empatia, mas de cidadania”, comenta o Superintendente do Tecnopuc e representante da PUCRS no coletivo Pacto Alegre, Jorge Audy.


Pacto Alegre/Divulgação

Segundo Istefani Carisio de Paula, professora da UFRGS, articuladora do Projeto Limpeza Solidária e membro do GTO do Pacto Alegre, o meio ambiente e a prevenção de doenças devem ser olhados com atenção. No ímpeto de organizar e voltar às atividades diárias, muitos apenas descartam o que foi destruído, sem critérios. 

Para sanar mais este problema, já que não há previsão de um retorno da coleta seletiva por parte do poder público, o projeto está capacitando voluntários nesse discernimento adequado de resíduos, o que é repassado para moradores, no momento da limpeza. “Orientamos a apenas descartar o que não há como recuperar. Pedimos que separem itens como alimentos, brinquedos contaminados e livros em sacos pretos menores, e que empilhem colchões na rua, assim como móveis compensados, de MDF e estofados”, explica a articuladora.

“A ideia é replicar o conhecimento sobre a gestão adequada dos resíduos para evitar contaminações e também não prejudicar, ainda mais, o meio ambiente, inclusive com a emissão de gases inflamáveis, provenientes de toda essa junção de materiais”, reforça Istefani.

Como fim do ciclo desta ação, o Pacto Alegre está fazendo um projeto-piloto, com fundos angariados pela Vakinha online, site que reuniu doações de todo o Brasil, desde o início das inundações. “Trata-se da contratação, por dez dias, de uma empresa de gestão de resíduos. Eles vão fazer as coletas nas casas e encaminhar para o descarte adequado. Queremos avaliar como serão estes dias e, se ocorrer como planejado e surtirem os efeitos que esperamos, queremos seguir com esta solução”, pondera a articuladora do projeto.

Após este período de análise, novas ações serão propostas para arrecadar fundos para o custeio da empresa de soluções sustentáveis. Enquanto isso, o Projeto Limpeza Solidária - que faz parte do Desafio Extraordinário Porto Alegre Resiliente - continua a captar voluntários e a realizar os mutirões em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Para ajudar nessa frente, basta se cadastrar no site.

Conheça o projeto

As operações de limpeza são organizadas em equipes de voluntários, com número de participantes definidos, adequados ao tamanho e especificidades dos locais a serem limpos, permitindo uma cobertura ampla e eficiente.

O projeto conta com o suporte de organismos internacionais e a Crisis Cleanup, uma plataforma colaborativa, de gerenciamento de ordens de serviço utilizada em desastres. A ação é de curto prazo e necessitará de kits e equipamentos profissionais de limpeza para a execução das atividades.

A limpeza das residências é conectada com a que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre está fazendo nas vias públicas e em parceria com o aplicativo Meu Lar de Volta. Neste app, as pessoas se cadastram tanto para receber ajuda, para a limpeza de suas casas ou pequenos negócios, quanto para se voluntariar nesta ação.

Até agora, o projeto conta com a parceria de voluntários da Nova Acrópole e apoio de organizações, como SOS RS, Green Thinking, ONG Lixo Zero, Meu Lar de Volta, Crisis Cleanup, Senai e Sicredi, que é um dos sponsors do Pacto Alegre.

Fonte: Jornal do Comércio



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