Cobertura 5G dobra em dois anos na Capital Gaúcha

O 5G está em 90 bairros de Porto Alegre, resultado que representa o dobro da cobertura instalada há dois anos, quando o sinal foi liberado. Em julho de 2022, a rede estava em 43 bairros da Capital. Arquipélago, Boa Vista do Sul, São Caetano e Pitinga são os únicos ainda sem a tecnologia (veja detalhes no mapa abaixo).


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A cobertura no interior do Rio Grande do Sul também foi ampliada no período. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), além de Porto Alegre, 29 municípios gaúchos recebem o sinal de pelo menos uma das operadoras Claro, TIM e Vivo. No início da operação, apenas a Capital tinha a rede disponível.

Especialistas consultados por Zero Hora relatam que o 5G confirmou a previsão de ser mais veloz e estável do que o 4G. No entanto, a expansão da rede não foi acompanhada por novos aplicativos e a cobertura apresenta lacunas na Capital.

Segundo a Anatel, 651 cidades têm o sinal ativo no país, o que beneficia 28 milhões de usuários. Brasília foi a primeira a disponibilizar o 5G, em 6 de julho de 2022.

Segundo a agência, 18 unidades da Federação – entre elas o RS – têm todos os municípios liberados para o processo de implementação da tecnologia. A disponibilização da tecnologia segue regras do edital do 5G, que estabelece compromissos para que todos os municípios do país tenham o sinal até o final de 2029.

O 5G é a quinta geração da internet, desenvolvida para aumentar em até 10 vezes a velocidade de conexão se comparada ao 4G. Além da internet móvel, a tecnologia poderá ampliar a conexão para novos mercados, como é o caso da indústria 4.0, agricultura de precisão e carros autônomos.

Claro

A operadora informou que está presente em 90 bairros da Capital, onde tem mais de 185 mil clientes com telefones compatíveis e que usam a rede 5G. Sobre prejuízos com a enchente, a Claro assegurou que funciona dentro da normalidade no Rio Grande do Sul que usou 30 geradores para operar estações móveis que estavam sem energia durante a crise climática.

A empresa relatou que “segue trabalhando na implementação para mais áreas da cidade, considerando as regiões que registram maior volume de clientes com aparelhos compatíveis com a tecnologia”.

A implantação começou em Porto Alegre com a 5G+, que está em outros 18 municípios gaúchos: Canoas, Caxias do Sul, Cruz Alta, Dois Irmãos, Estância Velha, Gramado, Gravataí, Guaíba, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Pelotas, Rio Grande, Santa Maria, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Tramandaí, Viamão e Xangri-lá.

Vivo

A empresa oferece o serviço em 38 bairros porto-alegrenses. Segundo a Vivo, a expansão da rede 5G para outras regiões é gradual e evolui “de acordo com capacidades técnicas, demanda e autorizações para instalações de antenas”.

Após a enchente de maio, dezenas de novos equipamentos de conectividade fixa e móvel foram instalados para substituir os danificados, segundo a companhia. No momento, os trabalhos envolvem reparos menores, como trocas de cabos e equipamentos e atuação em falhas pontuais.

Além da Capital, o 5G da Vivo está em outras 18 cidades do RS: Esteio, São Marcos, Taquara, Novo Hamburgo, Flores da Cunha, Gramado, Igrejinha, Dois Irmãos, Pelotas, Rio Grande, Alvorada, Viamão, Passo Fundo, Santa Maria, Canoas, São Leopoldo, Gravataí e Caxias do Sul.

TIM

Em Porto Alegre, a empresa informou que está presente em 63 bairros. A cobertura “avança dentro da sua estratégia de expandir o 5G com foco sempre na melhor experiência dos clientes”, segundo a operadora.

A TIM informou que, após a enchente, restabeleceu o sinal “o mais rápido possível em todas as cidades atingidas, trabalhando de forma ininterrupta”, o que fez com que o serviço esteja normalizado no Estado.

O 5G da empresa está em outros 15 municípios do interior gaúcho: Alvorada, Bento Gonçalves, Cachoeirinha, Canela, Canoas, Capão da Canoa, Caxias do Sul, Gramado, Gravataí, Novo Hamburgo, Pelotas, Rio Grande, São Leopoldo, Torres e Viamão.

O que dizem os especialistas

Ana Benso, professora do curso de Ciências da Computação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), comenta que a mudança para o 5G é menos perceptível na comparação com outras redes.

Segundo ela, o 3G dificultava o acesso a redes sociais e aplicativos que consomem um volume maior de dados. A chegada do 4G resolveu esse problema e fez com que o celular se tornasse protagonista na sociedade. O mesmo “salto” não foi observado na nova internet móvel:

— Ainda não temos serviços criados porque o 5G “permitiu”. Não há uma rede social ou aplicativo potencializado pela tecnologia. O usuário tem apenas uma percepção tímida de uma conexão mais veloz. Além da evolução da estrutura, a rede precisa de novas aplicações — diz Ana.

A opinião de Jéferson Campos Nobre, professor do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é parecida:

— A velocidade é maior com uma latência menor, o que ajuda a aprimorar jogos e transmissão de vídeos em resoluções maiores. Para o usuário, foi uma evolução e não algo que mudou a percepção em relação ao uso — pontua.

Se a qualidade esperada para a rede se confirmou, a disponibilidade do sinal continua um problema, na avaliação dele:

— Não abrange toda a zona urbana da cidade. Ainda existem pontos onde não há cobertura 5G, mesmo após dois anos do lançamento. É algo que as operadoras precisam melhorar.

A criação de plataformas 5G pode esbarrar no fato de a disponibilidade da rede ser recente e o mercado estar adaptado ao 4G – os principais aplicativos não precisam da nova tecnologia para funcionar. A professora da PUC projeta que pode ocorrer uma situação similar à da inteligência artificial (IA).

— A IA não surgiu agora, há estudos sobre isso há anos. No entanto, ela nunca tinha chegado ao grande público. Agora que chegou, trouxe ganhos para a sociedade e está reverberando em todo o mundo. O mesmo aconteceu com a internet, que, no passado, era restrita às universidades — comenta.


Fonte: GZH



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