Por mais que algumas pesquisas te digam que metade dos seus amigos não te considera um amigo de verdade, há vários motivos para comemorar esses relacionamentos. Conheça oito fatos científicos que vão te fazer valorizar as amizades que você já tem — e aquelas que ainda estão por vir.
Ter um melhor amigo de infância é bom para a saúde
Pesquisadores apontaram que ter um melhor amigo de infância pode ser fundamental para a saúde mental na vida adulta. Publicado no periódico Child Development, o artigo questionou 169 adolescentes de diferentes etnias e condições socioeconômicas, sobre seus melhores amigos durante três idades: 15, 16 e 25 anos.
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A pesquisa identificou que, aos 25 anos, quem matinha laços fortes com amigos da infância tinham menos ansiedade, mais autoestima e menos sintomas de depressão. Além disso, o diagnóstico mostrou que a qualidade é mais importante do que a quantidade: jovens que priorizavam um círculo social mais amplo eram mais ansiosos. "Ser popular é considerado legal no Ensino Médio, mas, aos 25, isso não faz de você um líder", comentou Rachel Narr, autora da pesquisa.
Boas amizades mudam o jeito que você vê o mundo e seu reflexo
Um estudo de 2018 sugere que suas amizades moldam, literalmente, a maneira como você enxerga o mundo e até seu próprio reflexo. A pesquisa foi curta, mas sugere que uma amizade próxima representa uma conexão que vai além da conexão entre indivíduos.
Segundo o portal The Cut, psicólogos nomeiam de "auto-expansão" a ideia de que, à medida que uma amizade se aprofunda, seu senso de identidade cresce. Ou seja, você envolve seus amigos no âmago da sua personalidade.
Amigos próximos têm atividade cerebral parecida
Diga-me com quem andas e eu te direi quem és”. O velho ditado, segundo um grupo de pesquisadores da universidade norte-americana Dartmouth, está mesmo correto. Amigos têm respostas neurais similares a estímulos. Comparando os resultados de exames, os cientistas conseguiram descobrir quem era amigo de quem.
“Nós somos espécies sociais e vivemos nossas vidas conectados com todo mundo. Se queremos entender como o cérebro humano funciona, nós temos de entender como os cérebros funcionam juntos — como uma mente molda a outra”, disse Thalia Wheatley, professora de psicologia e ciências do cérebro em Dartmouth, em comunicado.
Estudo sugere que amigos são geneticamente semelhantes
De acordo com um novo estudo feito pela Universidade Yale, seus amigos podem ter um lugar na sua árvore genealógica. Pesquisadores sugerem que temos uma tendência a escolher amigos que se assemelham geneticamente, e os mais próximos são o equivalente genético a um primo de quarto grau.
Segundo a análise, dividimos cerca de 1% das variáveis genéticas com amigos — o que, segundo os geneticistas, é um número alto. Ao mesmo tempo, há diferenças grandes no sistema imunológico — amigos são mais protegidos contra diferentes tipos de doença.
Os pesquisadores acreditam que um dos aspectos mais interessantes do estudo é a taxa de evolução de genes compartilhados entre amigos. Essas variantes são as que evoluem a uma velocidade maior, o que significa que a amizade pode interferir na velocidade da evolução humana.
Boas amizades na infância podem fazer bem para a sua saúde na vida adulta
Pesquisadoras norte-americanas acompanharam a saúde de 267 homens na faixa dos 30 anos de idade e perguntaram aos pais deles se eles passavam muito tempo com os amigos quando eram crianças. O resultado? Os homens que, segundo os pais, brincavam mais com os colegas durante a infância também tinham menor índice de massa corporal e pressão arterial mais baixa na vida adulta.
“Esses resultados sugerem que as nossas vidas sociais podem ter uma pequena influência protetora na nossa saúde física na vida adulta. E que não são só as pessoas que cuidam de nós e as circunstâncias financeiras [que influenciam isso], mas também nossos amigos, que podem ser protetores da saúde,” afirmou Jenny Cundiff, professora da Universidade de Tecnologia do Texas, em comunicado.
Interagir com mais pessoas faz bem para saúde
Segundo um estudo publicado no periódico Journals of Gerontology, idosos que interagem mais com familiares, amigos e conhecidos têm melhores índices de saúde e bem-estar emocional. Os resultados também mostraram que aqueles que conversavam mais com amigos e conhecidos se exercitavam mais, eram bem-humorados e tinham menos sentimentos negativos.
A explicação é simples: para interagir com outras pessoas fora do círculo familiar, os idosos precisam sair de casa ou, pelo menos, caminhar até a porta para recepcioná-las. "É difícil convencer as pessoas a irem à academia ou a se dedicarem a treinar regularmente. Mas elas podem estar dispostas a entrar em contato com amigos, a participar de um evento organizado em grupo ou a conversar com o barista que as atende em seu clube favorito”, explica Karen Fingerman, uma das autoras do estudo.
Cantar junto é o melhor jeito de fazer novos amigos
Uma pesquisa publicada pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, avaliou como a proximidade entre estranhos evolui no decorrer de um curso artístico. Ao longo de sete meses, os pesquisadores investigaram grupos recém-formados de aulas de canto, escrita criativa e artesanato.
Se no terceiro mês a sensação de amizade era parecida entre todos os cursos analisados, ficou claro que os futuros cantores se conectam com mais rapidez: no primeiro mês eles já haviam atingido o grau que futuros artesãos e escritores só chegariam dois meses depois. Ainda de acordo com o texto da pesquisa, o fato do canto ser encontrado em todas as sociedades — e em certa medida em todos os humanos — é sinal de que essa é uma capacidade universal e que provavelmente se trata de uma adaptação evolucionária.
Número de amigos e padrão de amizade se mantém com o passar do tempo
Pesquisadores da Aalto University School of Science, na Finlândia, monitoraram dados de celulares de adolescente britânicos desde o colegial até sua entrada na universidade. A ideia era analisar quantas relações próximas eles mantinham. A pesquisa mostrou que as pessoas têm "assinaturas" ou “padrões de intimidade” com as outras, e isso costuma ser mantido ao longo da vida.
Por exemplo: se você tinha dois amigos próximos no colegial e uma turma maior com cinco ou seis pessoas, é provável que esse padrão se repita depois, na faculdade e também na vida adulta — não necessariamente com os mesmos amigos.
Fonte: Revista Galileu
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