Fechado há 14 anos, o mais antigo teatro do Rio Grande do Sul deve reabrir em dezembro

O antigo Theatro Sete de Abril começou a ser construído em Pelotas, na região sul do estado, em 1831 e terminou em 1834. Foi o primeiro teatro construído no Rio Grande do Sul e é um dos teatros mais antigos em funcionamento no Brasil. Depois de quase 200 anos de atividades culturais e artísticas, o local foi interditado pelo Ministério Público Federal em 2010, devido ao risco de desabamento do telhado. Agora, renasce a esperança de reabrir o espaço depois de 14 anos.


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O surgimento do teatro se deu a partir de uma sociedade dramática particular: a Sociedade Scenica Theatro Sete de Abril, existentes na antiga Vila de São Francisco de Paula (nome antigo da cidade de Pelotas). O nome dado ao local foi uma homenagem à data em que o imperador Dom Pedro I abdicou do trono brasileiro em favor de seu filho, fato histórico considerado como segunda independência do Brasil; e o Theatro também foi inaugurado em 2 de dezembro de 1833, dia do aniversário de Dom Pedro II, ficando assim duplamente ligado à figura do Imperador.

Perto de reabrir

O telhado foi consertado e as obras estão no fim. Nesta segunda 22, a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB), assinou os contratos para a compra de mobiliário para o Theatro Sete de Abril. Os móveis são parte do que falta para a conclusão das obras de revitalização do teatro, fechado há 14 anos. A compra inclui 255 cadeiras para as galerias, duas para as bilheterias e oito cadeiras especiais para as galerias, num total de R$ 168,7 mil. Ainda é necessária a compra de poltronas para a plateia, da caixa cênica e de equipamento de climatização.

“É mais um passo importante rumo à reabertura do Theatro. Também estamos aguardando para assinar em breve a aquisição das cadeiras da plateia e em seguida só vai precisar da caixa cênica, cujo projeto de compra já está em execução, assim como a parte elétrica”, comemorou a prefeita, que também assinou o contrato para a pintura da fachada e das esquadrias externas da prefeitura, que já está passando por obras", afirmou a prefeita.

Além do mobiliário, ainda falta a compra da caixa cênica, estrutura de palco que é composta, por exemplo, pelas cortinas e o equipamento para iluminação, e orçada em cerca de R$ 800 mil. Com mobiliário e caixa cênica, o Sete de Abril poderá reabrir as portas. No entanto, ainda é necessária a compra do equipamento de climatização, que gira em torno de R$ 1 milhão.

Dos itens previstos na licitação ainda restam ser compradas 196 poltronas da plateia, seis poltronas para pessoas obesas, 60 cadeiras para camarins e laterais da plateia e uma poltrona para camarim. Segundo o diretor do Sete de Abril, Giorgio Ronna, será feita uma nova licitação para a aquisição das poltronas restantes, já que nenhuma das empresas que participou da licitação atendeu às especificações técnicas do projeto. Já sobre a aquisição da caixa cênica, Ronna diz que o edital será publicado após análise da Procuradoria-Geral do Município (PGM).

Histórico do fechamento

O drama que envolve o Sete de Abril começou em março de 2010, quando o teatro foi interditado diante do risco de desabamento. O restauro começou em 2013, quando foi recuperada a cobertura. As obras de restauro interno começaram somente em 2019, após repasse de R$ 6 milhões do governo federal. O trabalho, concluído no começo do ano passado, incluiu a recuperação de todo o madeiramento original, a instalação do plano de prevenção contra incêndio e adaptações de acessibilidade.

Embora as obras do prédio tenham sido concluídas em 1834, o Theatro Sete de Abril foi inaugurado em dezembro de 1833 com capacidade para 500 pessoas. Desde então, passou por duas reformas. A primeira foi em 1916, quando a fachada foi reformulada e passou a ter as características atuais. Já no final da década de 1970, o teatro estava gravemente deteriorado e foi desapropriado, passando a ser da prefeitura após o tombamento de 1972. A última grande reforma foi concluída em 1983.

Fonte: A Hora do Sul

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