Santa Casa de Porto Alegre reúne histórias de esperança em nova campanha de doação de órgãos

Dando voz às emoções de quem aguarda por uma segunda chance de vida, a Santa Casa de Porto Alegre abre o mês de setembro com a campanha “Esperança: o tempo é precioso para quem espera". Com o objetivo de conscientizar sobre a importância da doação de órgãos, neste ano a instituição destaca a dualidade entre a confiança por um recomeço e a corrida contra o tempo durante a espera por um transplante.

Leonardo Oliveira, paciente recebeu a ligação um dia depois de
gravar o depoimento para a campanha - 
Vinicios Sparremberger/Divulgação

A partir de depoimentos de pacientes que vivem esse período de incerteza, a campanha traz histórias reais para sensibilizar o público sobre a dimensão que o simples ato de se declarar doador de órgãos e abordar o tema com a família tem na vida de quem espera pela chegada de um órgão. “Deixar familiares e amigos cientes sobre a vontade de ser doador é essencial para que essa decisão possa ser respeitada. A negativa familiar continua representando mais de 40% dos motivos de recusa à doação de órgãos e impede que consigamos reduzir uma lista de espera que só cresce no Brasil”, ressalta o diretor médico do Centro de Transplantes da Santa Casa, José Camargo.

Segundo dados de agosto deste ano, mais de 2,4 mil pacientes aguardam por um transplante no Rio Grande do Sul. No Brasil, esse número ultrapassa os 62 mil pacientes, que seguem à espera por um rim, fígado, coração, pulmão, pâncreas ou córnea.

“Não tem porque não salvar vidas se tu tem essa possibilidade. Eu tenho certeza que existem muitas pessoas que gostariam que fosse realizada a doação, mas nunca disseram pra ninguém. Infelizmente, a doação de órgãos é um assunto que ninguém conversa”, lamentou o paciente Fernando Ulguim Pereira, de 52 anos, durante a gravação da campanha. Ele está internado na Santa Casa desde maio à espera de um transplante de coração.

Corrida contra o tempo

Entre os depoimentos de pacientes que aguardam por um órgão também está a história de Elizângela Mota, de 45 anos, que espera por um transplante de pulmão. "Quando a gente entra na lista começa uma corrida contra o tempo. É assustador, dá medo, mas você descobre uma força que não fazia ideia que tinha. Hoje, mesmo depois de um ano, eu sigo com muita fé e esperança que meu pulmão vai chegar".

Esse mesmo sentimento também move a espera de Fernando, Larissa, Mariane e Vitória, que seguem aguardando um órgão. E esteve vivo durante a espera do paciente Leonardo, que recebeu a ligação para o transplante de rim um dia depois de gravar o depoimento para a campanha, após oito anos em hemodiálise. Ele se junta às histórias da pequena Kyra, de Luciano e Jorge, que figuram entre os 241 pacientes da Santa Casa que conseguiram sair da lista de espera entre janeiro e julho deste ano.

Fonte: Correio do Povo

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