SUA SAÚDE: Veja quais são os impactos da fumaça na sua rotina e exercícios

No Brasil, as queimadas e a poluição do ar têm causado sérios problemas de saúde pública. A fumaça gerada por incêndios florestais e pela queima de resíduos libera uma mistura de poluentes, incluindo monóxido de carbono, dióxido de enxofre e partículas finas, que podem penetrar profundamente nos pulmões. Essas partículas são especialmente prejudiciais para crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias preexistentes, como asma e bronquite. A exposição prolongada à fumaça pode agravar essas condições e aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Além disso, a poluição do ar pode comprometer o sistema imunológico e levar a problemas respiratórios crônicos.

É essencial que todos estejamos atentos e protegidos contra esses efeitos na má qualidade do ar. Por isso, preparamos alumas orientações médicas neste post, a respeito da saúde da população

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Quem são as pessoas mais afetadas pela fumaça?

Gilberto Bueno Fischer, pneumopediatra credenciado do Hospital Moinhos de Vento e pneumologista pediátrico do Hospital Santo Antônio e da Santa Casa, explica que estamos sendo expostos a um material particulado, que provoca uma reação inicialmente irritativa na via respiratória. Por isso, todas as pessoas que têm doenças respiratórias como bronquite, rinite, sinusite ou asma podem ter seus sintomas agravados neste momento.

Médico do Serviço de Pneumologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e do Hospital Moinhos de Vento, Igor Benedetto acrescenta que pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica, portadoras de cardiopatias, que utilizam remédios que alteram a imunidade, com comorbidades, idosos e crianças pequenas também integram os chamados grupos de risco, que podem ser afetados ao circular nas ruas por muito tempo, por exemplo.

— Para pessoas com doenças respiratórias alérgicas, como a asma, toda exposição inalatória é passível de gerar uma resposta inflamatória e exacerbar os sintomas. Isso vale para vírus, fumaça, cheiro de produtos químicos. Então, inalar fumaça vai agravar a doença, mas quem não tem nenhuma condição prévia terá uma resposta menor, é menos provável que tenha sintomas — resume Benedetto.

Pode praticar exercícios ao ar livre?

Com a fumaça visível como está atualmente, o pneumologista do HCPA afirma que não é recomendada a prática de exercícios ao ar livre. O especialista ressalta, contudo, que as orientações são bastante condicionadas ao índice de qualidade do ar — que varia diariamente e, em Porto Alegre, não é medido.

— Na caminhada, respiramos em litros uma quantidade de ar menor. Quando aumenta a intensidade, na corrida, por exemplo, aumenta muito o volume de ar respirado. Então, quando a pessoa está correndo o volume de ar que entra no pulmão é maior do que quando está em repouso. Se o ar está com poluição, a inalação dessas partículas correndo vai ser maior, então, não é recomendado — esclarece.

Na visão de Fischer, a recomendação depende de cada caso. O pneumopediatra comenta que pessoas com doenças respiratórias prévias evitem ficar em ambiente externo por períodos prolongados, mesmo que seja para praticar atividades físicas. Já um indivíduo saudável deve prestar atenção na sensação de que não está tendo o mesmo desempenho e se está apresentando algum sintoma, como tosse, enquanto pratica o exercício.

— Nessa circunstância, seria indicado reduzir essa frequência e intensidade do exercício para não ficar sintomática. Se ela tem asma e é corredora, tem que conversar com o seu médico para ver se tem indicação de usar um preventivo antes do exercício, por exemplo — orienta, enfatizando que não considera haver razão para alarme em relação à fumaça, já que a repercussão ainda é muito inicial na região.

Fischer também considera uma precaução interessante evitar que crianças menores de um ano sejam expostas à fumaça.

— Evitar que a criança fique, por exemplo, em um parque. Crianças abaixo de um ano e, particularmente, as menores ainda. Ou se a criança saiu de um processo inflamatório ou de uma internação prolongada, os pais devem abrir os olhos para ver que sintomas estão aparecendo e daí procurar o seu médico.

É necessário usar máscara?

Benedetto afirma ser recomendado que todos utilizem máscara ao circular na rua por muito enquanto a fumaça estiver visível, mas aponta que é necessária uma atenção ainda maior aos grupos de risco. O especialista acrescenta, contudo, que a proteção cirúrgica, que é a mais comum, não filtra as partículas que são emitidas pelos incêndios e inaladas pelas pessoas. A indicação é usar a N95 — bastante utilizada durante a pandemia de covid-19.

Já Fischer considera uma “boa atitude” que pessoas com doenças respiratórias prévias utilizem a proteção quando possível:

— A N95 é a máscara ideal, que filtra melhor essas partículas pequenas. Mas, na verdade, não precisamos ter um grande alerta no momento, porque na nossa região essa repercussão é bem menor do que quem está próximo às queimadas. Aí sim o efeito respiratório é muito intenso.

Devo manter as janelas abertas ou fechadas?

De acordo com Benedetto, o ideal é manter as janelas fechadas, evitando o ar do ambiente externo. O especialista indica que, quando possível, deve-se deixar o ar-condicionado ligado.

Para Fischer, a recomendação de fechar as janelas seria necessária se estivéssemos a uma distância muito próxima das queimadas. No atual cenário da nossa região, o pneumopediatra não vê motivo importante e decisivo para tal.

Fonte: GZH e Redação AP

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