CIÊNCIA: UFRGS recebe R$ 13,2 milhões para desenvolver testes ultrassensíveis de Alzheimer e Parkinson no SUS
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foi contemplada pelo edital “Mais Inovação Brasil – Saúde”, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para o desenvolvimento de exames ultrassensíveis e de baixo custo para diagnóstico precoce de Alzheimer e Parkinson. O projeto, que receberá R$ 13,2 milhões em investimentos, visa criar testes que possam ser implementados no Sistema Único de Saúde (SUS) utilizando amostras de sangue, saliva, mucosa nasal e urina.
Gustavio Diel - Arquivo/UFRGS |
Segundo o coordenador da proposta, professor Carlos Alberto Gonçalves, o estudo busca validar biomarcadores capazes de identificar essas doenças neurodegenerativas anos antes dos primeiros sintomas. Atualmente, o diagnóstico no SUS só é possível após a manifestação clínica, mas o novo teste tem o potencial de revolucionar esse cenário, possibilitando a adoção de estratégias de prevenção precoce.
“Se a gente for pensar, é um tema extremamente relevante, porque o único fator de risco concreto para essa doença (Alzheimer) é a idade. Se pensarmos que uma em cada cinco pessoas aos 65 anos é candidata e que esse número vai para uma em cada quatro pessoas aos 80 anos, e que temos um aumento na expectativa de vida, isso é um problema gigantesco, porque é uma doença incapacitante que desorganiza os núcleos familiares ao redor. Então, o impacto social é de uma doença bastante grave, e precisamos trabalhar nisso”, diz.
Gonçalves também informa que, em 2024, cerca de 1,5 milhão de brasileiros são afetados pelo Alzheimer. E complementa: “O impacto é enorme e tende a aumentar. Todas as projeções para 2050 são catastróficas. Então, temos que trabalhar muito. E para essa doença, especificamente a de Alzheimer, o gargalo é o diagnóstico, porque essa é uma questão séria. Ela evoluiu muito nos últimos anos. Outra questão é a intervenção, e ambas estão conectadas. Porque, a partir do momento que entendermos melhor os marcadores e as rotas metabólicas envolvidas, poderemos ter um maior poder de intervenção”, afirma o pesquisador.
A iniciativa coloca o Brasil na vanguarda da pesquisa sobre doenças neurodegenerativas, ao lado de países como Dinamarca e Noruega, que também investigam biomarcadores para essas condições. Além disso, o plano, desenvolvido pelo Departamento de Bioquímica no Instituto de Ciências Básicas da Saúde, inclui a colaboração de diversas universidades brasileiras – UFC (Ceará), UFBA (Bahia), UFCG (Paraíba), UFPA (Pará), UFRJ (Rio de Janeiro), UFRN (Rio Grande do Norte), UFPel, UFCSPA, UFSM, UCPel (Rio Grande do Sul), UFSC, Unesc (Santa Catarina), UFS (Sergipe) – e a instalação de equipamentos de ponta na UFRGS, o que permitirá a implementação dos testes no SUS após a validação pela Anvisa.
Fonte: Sul21
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