No dia 3 de maio de 2024, Porto Alegre vivenciava um dos momentos mais catastróficos de sua história, com a invasão das águas do Guaíba nas regiões ribeirinhas da cidade. Passados onze meses da enchente, parte das marcas de barro e lodo da tragédia ainda seguem vivas nas estruturas atingidas. Entretanto, na assim como grande parte da Capital, o Centro Histórico, um dos bairros mais atingidos, segue apresentando sinais de recuperação com a chegada de novos empreendimentos.
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| Vonny Cosméticos/Reprodução site |
Uma destas empresas é a Vonný Cosméticos (foto acima), que antes da enchente contava com apenas uma unidade em Porto Alegre e que agora está prestes a inaugurar a quinta loja no Rio Grande do Sul. A última das unidades a abrir as portas para o público, no final de março, em um dos imóveis mais tradicionais do Centro Histórico, na Praça da Alfândega, construído em 1913 e que já fora utilizado pela Previdência do Sul e pelo banco Safra.
A gerente da loja Vonný na rua dos Andradas, Luciana Vasconcellos, conta que a instalação de unidades em prédios históricos é uma das apostas da marca no RS. “É algo bem importante poder contar a história desse prédio e também, a partir disso, trilhar a nossa própria história. A empresa busca prédios que já tenham uma trajetória e que são reconhecidos pela população. Este aqui na praça foi atingido pela enchente e, muito provavelmente, se não fosse pela chegada da loja, ainda estaria com marcas da sujeira”, contou Luciana.
Apenas nesta unidade, a empresa de cosméticos fundada em São Paulo criou 45 postos de trabalho. A previsão é de que, nos próximos meses, mais uma loja seja aberta na rua Voluntários da Pátria, também em um imóvel atingido pela cheia, e que refletirá na criação de cerca de 60 vagas de emprego. A futura loja ficará nas proximidades do Center Pop.
Ambas lojas, tanto a da Voluntários da Pátria como a da Praça da Alfândega, apostam no grande fluxo de pessoas que passam pela região ao longo do dia. Além dos investimentos no RS, a marca também possui unidades em Santa Catarina. “Oportunidades de emprego serão muitas e não para por aí. A tendência é abrir cada vez mais lojas na região Metropolitana, com projetos para Canoas, Novo Hamburgo e outras cidades”, completou.
Apesar de muitos imóveis ainda estarem em situação de abandono após a enchente de 2024, aos poucos, o Centro Histórico volta a mostrar sinais de recuperação e que ainda tem potencial para atrair investimentos. Um levantamento recente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), realizado para o Liquida Porto Alegre 2025, aponta que o bairro é o que mais registrou novas empresas aderindo ao programa, apesar da queda no número de participantes neste ano.
No Centro Histórico, 160 empresas deixaram de participar da promoção e 119 aderiram ao projeto. Para o presidente da entidade, Irio Piva, os números da edição 2025 do programa mostram uma demonstração da resiliência dos moradores e das empresas da Capital. “Graças à força de vontade e ao espírito de não se dar por vencido dos gaúchos, a maioria (das empresas) permaneceu no Liquida. Inclusive, 292 novos negócios (12%) foram abertos, grande parte ocupando os espaços vagos”, finalizou.
Fonte: Correio do Povo
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