ESTUDO: Fazer atividade física 1 ou 2 vezes por semana pode trazer os mesmos benefícios que o exercício regular

Ser fisicamente ativo de um a dois dias por semana pode proporcionar os mesmos benefícios de saúde e prolongamento da vida que a prática frequente de exercícios. Mas há um "segredo". Para isso acontecer, o esforço físico nestes poucos dias deve ser moderado a vigoroso e totalizar 150 minutos por semana, de acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico Journal of the American Heart Association.

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"Você não precisa se exercitar todos os dias para se manter saudável. Contanto que você faça 150 minutos de atividade física moderada a vigorosa por semana — seja em um ou dois dias ou espalhados — você pode reduzir significativamente seu risco de morrer de doença cardiovascular, câncer ou outras causas", diz o autor correspondente do estudo Zhi-Hao Li, epidemiologista da Escola de Saúde Pública da Southern Medical University em Guangzhou, na China, em comunicado.

Quanto tempo de exercício físico devemos fazer para obtermos benefícios à saúde?

Para obter benefícios à saúde, tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto a Associação Americana do Coração recomendam que, ao longo de uma semana, os adultos pratiquem de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada, ou de 75 a 150 minutos de atividade física aeróbica de intensidade vigorosa, ou uma combinação equivalente de atividade de intensidade moderada e vigorosa.

"Guerreiro de fim de semana"

A prática de fazer exercícios apenas algumas vezes por semana é chamada de "guerreiro de fim de semana" (tradução da expressão em inglês "weekend warrior"). Essa expressão foi proposta pelos epidemiologistas de Harvard, I Min Lee e Ralph Paffenbarger, e ganha cada vez mais adeptos. Em geral, as pessoas optam por fazer exercícios aos finais de semana, quando a rotina está mais tranquila.

No novo estudo, os pesquisadores analisaram dados de saúde e atividade física de mais de 93 mil pessoas em um grande banco de dados biomédico no Reino Unido para explorar como diferentes padrões de atividade física podem afetar o risco de morte por todas as causas, especificamente doenças cardiovasculares e câncer. Eles revisaram dados de atividade física coletados de acelerômetros de pulso, dispositivos que medem o movimento e são provavelmente mais precisos do que perguntar aos participantes sobre sua atividade.

Os "participantes" foram categorizados em três grupos: "guerreiro ativo de fim de semana" — pessoas que completaram a maior parte de seus exercícios em um ou dois dias; "regular ativo" — aqueles que distribuem sua atividade ao longo da semana; e "inativos" — participantes que não completaram o mínimo recomendado de 150 minutos de atividade física semanal.

Os resultados mostraram que, em comparação com o grupo inativo, os guerreiros de fim de semana e regulares ativos tiveram um risco significativamente menor de morte por doenças cardiovasculares e câncer se completassem 150 minutos de atividade física por semana.

A análise também descobriu que para os guerreiros de fim de semana, o risco de morte por todas as causas foi 32% menor; o risco de morte por doença cardiovascular foi 31% menor; e o risco de morte por câncer foi 21% menor. Entre os participantes do grupo ativo regular, o risco de morte por todas as causas foi 26% menor; o risco de morte por doença cardiovascular foi 24% menor; e o risco de morte por câncer foi 13% menor.

Nenhuma diferença significativa no risco de morte surgiu entre o guerreiro de fim de semana e o grupo ativo regular.

Algumas das descobertas surpreenderam a equipe de pesquisa, que inicialmente esperava que distribuir a atividade ao longo da semana seria mais benéfico. Eles não previram que a atividade física condensada dos guerreiros de fim de semana reduziria o risco de morte por doença.

"Esta mensagem é uma notícia encorajadora para pessoas ocupadas que lutam para encaixar exercícios diários, mas conseguem administrar uma explosão concentrada de atividade nos fins de semana ou ao longo de alguns dias", avalia Li. "A pesquisa fornece evidências tranquilizadoras de que mesmo a atividade física esporádica pode ter benefícios duradouros para a saúde, tornando mais fácil para as pessoas priorizarem seu bem-estar em meio a agendas ocupadas."

Embora o estudo esteja alinhado com trabalhos anteriores, é o primeiro a analisar a relação entre os padrões de atividade física medidos por acelerômetros e o risco de morte por doença cardiovascular e câncer.

Para o cardiologista Keith Diaz, da American Heart Association, as descobertas enfatizam que o volume total de atividade física é o fator crucial para os benefícios à saúde, em vez de como ela é distribuída ao longo de uma semana.

"Muitas pessoas têm dificuldade para fazer exercícios diários durante a semana de trabalho; no entanto, esta pesquisa mostra que, mesmo que você só consiga se exercitar nos fins de semana, ainda poderá obter benefícios significativos para a saúde", pontua Diaz, que é membro do Comitê de Ciência da Atividade Física da Associação e não participou do novo estudo.

No entanto, essa ressalta que tentar encaixar 150 minutos de exercícios em apenas um ou dois dias pode sobrecarregar o corpo.

"Algumas pesquisas sugerem que os guerreiros de fim de semana têm um risco ligeiramente maior de lesões musculoesqueléticas em comparação com aqueles que se exercitam mais regularmente. No entanto, os benefícios de se exercitar apenas no fim de semana superam em muito os riscos potenciais. Se você vai ser um guerreiro de fim de semana, certifique-se de fazer aquecimentos adequados e aumentar e progredir para volumes maiores de atividade ao longo do tempo. Isso ajudará a reduzir o risco de lesões.", recomenda o médico.

O estudo teve várias limitações, incluindo que a atividade física foi medida apenas na linha de base; os participantes viviam no Reino Unido e a maioria era branca, então os resultados podem não se aplicar a outras populações. Estudos futuros devem ser conduzidos para confirmar esses resultados em grupos mais diversos de pessoas em todo o mundo e com mais consideração por fatores contraditórios, como predisposição genética ou exposições ambientais que podem influenciar a atividade física e os resultados.

Fonte: O Globo


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