Medicamentos conhecidos para o tratamento de diabetes, e que ganharam destaque pela associação à perda de peso como Ozempic, Mounjaro e Wegovy, podem diminuir em 7% o risco de desenvolver 14 tipos de câncer associados à obesidade. Essa conclusão vem de um longo estudo, que será apresentado nesta segunda-feira no maior encontro de oncologia do mundo realizado em Chicago - da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO).
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A pesquisa, coordenada por Lucas A. Mavromatis, da Escola Grossman de Medicina da Universidade de Nova York, observou dados de mais de 170 mil pacientes com diabetes e obesidade em 43 sistemas de saúde dos Estados Unidos entre 2013 e 2023.
"Embora a obesidade seja agora reconhecida como uma causa cada vez mais importante de câncer, nenhum medicamento comprovadamente reduz o risco de câncer associado à obesidade", afirma Mavromatis. "Nossos resultados sugerem que eles podem reduzir modestamente a chance de desenvolver determinados tipos de câncer, especialmente os de cólon e reto, e reduzir as taxas de morte por todas as causas".
Durante quatro anos os pacientes foram acompanhados, metade dos pacientes receberam tratamento com agonistas de GLP-1 (classe à qual pertencem Ozempic, Wegovy e Mounjaro), enquanto a outra parcela foi tratada com medicamentos para diabetes que não induzem perda de peso.
O estudo apresentou resultados significativos e promissores, mostrando uma redução de 7% no risco de desenvolvimento de cânceres associados à obesidade, 8% a menos de risco de morte por todas as causas, 16% de redução no risco de câncer colorretal, 28% menos risco de câncer retal e 8% de redução no risco de câncer em mulheres, além de uma queda de 20% na mortalidade geral entre elas.
Para o oncologista Vinicius Lorandi, da Oncoclínicas Rio Grande do Sul, “os resultados deste estudo são preliminares, mas muito relevantes, pois indicam a possibilidade de que medicamentos usados para tratar diabetes e obesidade também possam contribuir para a redução do risco de certos tipos de câncer.”. “Embora ainda não possamos afirmar a causalidade, essas evidências reforçam a importância de investigar mais a fundo a relação entre o controle do peso, intervenções medicamentosas e a prevenção oncológica.". “É sempre muito difícil estabelecer relação entre causa e efeito”, reforça o médico.
Mesmo que em fase observacional, isto é, não comprova relação de causa e efeitos, os autores destacam que os dados são “tranquilizadores” e indicam um possível papel preventivo desses medicamentos e/ou do controle de peso no contexto da oncologia.
Fonte: Correio do Povo
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