Diretora do Departamento de Futebol Feminino do Grêmio e uma das precursoras do esporte no RS, Marianita Nascimento será a primeira mulher a figurar na Calçada da Fama do time — e a primeira do Brasil em um clube.
Jéssica Maldonado/Gremio FBPA/Divulgação |
Anunciada pelo Conselho Deliberativo do Tricolor na última semana, a decisão envolve ainda os craques gremistas Arce e Carlos Miguel, mas é de Marianita que quero falar.
Antes dela, nomes como Marta, Formiga e Pretinha já haviam sido homenageadas de forma semelhante, mas nos estádios do Maracanã e do Mineirão — não por um clube específico, como no caso de Marianita.
Ela foi meia do Grêmio na década de 1980 e, ao lado de outras jogadoras, lutou pela regulamentação da modalidade no Brasil, quando o futebol feminino ainda era proibido.
Em 1983, após a legalização da modalidade, Marianita fundou o primeiro departamento no clube, que hoje comanda.
A cerimônia de inclusão na Calçada da Fama ocorrerá durante a semana oficial dos 122 anos de aniversário do tricolor, em setembro.
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Leia os principais trechos da entrevista de GZH com a ex-jogadora:
Como foi receber a notícia dessa homenagem?
Eu não esperava. É uma alegria imensa, que não cabe em mim e que não é só minha, porque não se faz nada sozinha. Joguei no Grêmio lá atrás, na década de 1980, e lutei pelo futebol feminino junto de outras pioneiras. Como mulher, como negra e como gremista, estou muito feliz.
O futebol feminino evoluiu? Qual é a sua avaliação hoje e o que essa distinção significa para a modalidade?
A gente está evoluindo. Os olhos estão voltados para o Brasil, que vai receber a Copa do Mundo Feminina em 2027. Vejo uma qualidade muito maior agora, inclusive nas competições, e o futebol feminino vem com muita força. Mas é um processo em construção. Falta muito ainda. O destaque que ganhei é de toda a modalidade.
Como era a realidade em 1980?
Entrei no Grêmio quando futebol feminino ainda era proibido no Brasil. A legalização veio apenas em 1983, a partir de um anteprojeto da nossa federação gaúcha. Foi uma luta, uma luta por amor, porque a gente queria jogar, a gente jogava onde dava, na várzea, no Parque Marinha... É por isso que ser eternizada na Calçada da Fama do meu time do coração é uma honra tão grande, para mim e para todas aquelas que estiveram comigo nessa jornada. Devo isso a todas as companheiras e também à família, que sempre me apoiou. Meu pai era conselheiro do Grêmio e sempre esteve ao meu lado.
Sobre a Calçada da Fama do Grêmio
Ao todo, 50 ídolos do clube, entre jogadores, treinadores e dirigentes, já registraram seus nomes na calçada da fama, criada em 1996, no Olímpico. Atualmente, ela está localizada na esplanada da Arena, em frente ao museu do Tricolor, chamado Hermínio Bittencourt.
Fonte: GZH
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