Lucas Cuervo Moura / Arquivo Pessoal |
Há um mês, em 13 de agosto, uma outra dupla havia chamado a atenção do morador. O motivo: o filhote também era praticamente todo branco, algo raro, e parecia estar em amamentação.
Lucas mora em uma casa à beira-mar desde fevereiro deste ano e tem o costume de fazer sobrevoos de drones para ver as baleias na água.
Os flagras do fotógrafo mostram espécies de baleias-francas. Como detalha a bióloga Karina Groch, diretora de pesquisa do ProFRANCA/Instituto Australis, a fêmea que apareceu desta vez nas fotos é a mesma que foi avistada no mar catarinense em 2019 e em 2022.
O filhote nas imagens é semi-albino, como é possível notar pelas pintas pretas que tem espalhadas pelo corpo.
— Essa parte branca do corpo fica cinza, conforme o filhotinho cresce. Isso é uma característica genética, uma espécie de mutação genética que é herdada da fêmea — explicou Karina em agosto, quando o outro animal semi-albino foi flagrado.
Lucas Cuervo Moura / Arquivo Pessoal |
Na costa brasileira, neste ano, de acordo com a especialista, já foram vistos seis semi-albinos. Como destaca, não há filhote de baleia-franca completamente albino.
Ainda conforme Karina, em média, nos últimos três anos, nasceram pelo menos 100 filhotes por ano no litoral sul do Brasil, onde costumam ocorrer os nascimentos. Desses, no máximo, 3% eram semi-albinos. Ou seja, eles são minoria. E, por conta da genética, costumam ser machos.
O projeto do qual Karina faz parte tem apoio da Petrobras e é dedicado à pesquisa e ao monitoramento para a conservação das baleias-francas. A iniciativa fez um sobrevoo no início de setembro — do norte da ilha de Florianópolis até Passo de Torres — para contabilizar os animais na região. Os resultados devem sair nas próximas semanas.
As baleias-francas costumam se aproximar da beira-mar, logo após a rebentação das ondas, para ter e criar os filhotes nos primeiros meses.
Em relação à dupla flagrada em setembro, não é possível precisar o local, mas Karina esclarece que, possivelmente, esse filhote tenha nascido em mar catarinense. A fêmea foi vista, pela primeira vez, neste ano, em julho, já com o "pequeno".
Lucas Cuervo Moura / Arquivo Pessoal |
— Não sabemos exatamente onde esse filhote nasceu, não temos como saber. Mas aqui por perto, com certeza, porque ela tinha sido avistada em julho. Apesar de a temporada ter começado antes, (julho) é considerado ainda o início da temporada. Então, geralmente, as primeiras baleias, quando são avistadas já com o filhote, é porque o filhote nasceu ali por perto — completa.
Neste ano, a temporada começou no fim de maio e deve seguir até novembro. Cada baleia e seu filhote tendem a ficar cerca de três meses próximos da costa. Neste período, os filhotes chegam a mamar, em média, 200 litros de leite por dia, o que garante um rápido crescimento.
Em relação à fêmea e ao filhote semi-albino registrados por Lucas em agosto, a aposta da bióloga era de que o filhote tivesse nascido em águas gaúchas, por conta dos avistamentos que foram feitos. Não se descartava, porém, a chance de o nascimento ter ocorrido no litoral do Uruguai. De acordo com Karina, recentemente, eles haviam sido vistos na Praia da Gamboa.
Mas, durante o sobrevoo do início de setembro, o projeto localizou apenas o filhote semi-albino flagrado em setembro por Lucas. Os outros já foram embora da região — após a temporada de nascimentos, as baleias-francas retornam para áreas próximas à Antártica.
Fonte: GZH
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