A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) lançou, nesta terça-feira, 2, uma cartilha voltada a influenciadores e criadores de conteúdo, com orientações sobre como abordar temas relacionados à saúde mental, como prevenção do suicídio e de doenças psiquiátricas. O material pode ser baixado de forma gratuita.
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'Estamos entre os países que mais consomem redes sociais no mundo e os influenciadores têm o poder de alcançar milhões de pessoas. Quando compartilham seus diagnósticos e tratamentos com doenças mentais, eles podem inspirar outras pessoas a buscarem ajuda', destaca Antônio Geraldo, presidente da ABP e coordenador nacional da Campanha Setembro Amarelo.
'Mas a prevenção de doenças mentais e do suicídio é um tema que deve ser tratado com responsabilidade. Informações erradas podem gerar danos irreversíveis', alerta o médico. Segundo a cartilha, devem ser evitadas condutas como romantizar o sofrimento, detalhar histórias ou métodos de suicídio e oferecer ajuda direta como se fosse um profissional de saúde. Os médicos também destacam a importância de não estimular o uso do álcool ou drogas como forma de alívio, não divulgar testes de autodiagnóstico nem compartilhar conteúdos sensacionalistas e sugestão de tratamentos sem comprovação.
Uso de frases simplistas, como 'vai passar', e até a promoção de jogos de azar são apontados como exemplos de mensagens que, em vez de acolher, podem agravar o sofrimento de quem precisa de ajuda. Outro ponto importante é evitar estigmatizar os indivíduos com rótulos como 'louco' ou 'pirado', e preferir expressões como 'pessoa com depressão' ou 'em sofrimento'.
A recomendação é adotar uma linguagem acolhedora, gentil e livre de julgamentos, combinando informação com empatia. Frases que unem cuidado e orientação, como 'você não está sozinho, tem gente que pode te ajudar', são recomendadas.
O objetivo é incentivar uma comunicação que informe sem reforçar preconceitos. 'A mensagem mais importante para passar a todos é que não se desesperem. Se pensar em tirar a própria vida, procure ajuda médica. Diariamente, milhões de pessoas iniciam um tratamento psiquiátrico adequado e são ajudadas a tirar esse tipo de pensamento da cabeça, mas precisamos ter responsabilidade e capacidade de ensinar a fazer o certo', destaca Geraldo.
Além da cartilha, o site da Campanha Setembro Amarelo reúne outros materiais educativos e informativos para diferentes públicos. Todos os conteúdos estão disponíveis de forma gratuita.
Fonte: Correio do Povo
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