Depois de meses de retração, a avicultura do Rio Grande do Sul voltou a dar sinais de recuperação no mercado internacional. As exportações de carne de frango — somando produtos in natura e processados — cresceram 3,3% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2024, segundo dados da Organização Avícola do RS (Asgav/Sipargs). Foram embarcadas 65,2 mil toneladas, cerca de 2 mil toneladas a mais do que no mesmo período do ano passado.
| ABPA/Divulgação |
Apesar da alta no volume, a receita ainda recuou 1,8%, totalizando US$ 117,8 milhões. No acumulado de janeiro a setembro, o setor registra queda de 2% em volume e 2,5% em faturamento, refletindo os impactos do episódio de Influenza Aviária detectado no Estado no primeiro semestre.
Para o presidente executivo da Asgav/Sipargs, José Eduardo dos Santos, o cenário já é de reversão parcial das perdas. “Os impactos negativos resultantes do caso de Influenza Aviária estão sendo revertidos parcialmente e com rapidez. Isso demonstra a importância da nossa produção e exportação para o mundo”, afirmou.
O dirigente destaca que a retomada de mercados segue em evolução e que o setor mantém expectativa positiva quanto à reabertura das compras pela China, que segue suspensa desde o registro da doença. “O avanço nas exportações para mercados que voltaram recentemente a importar é um sinal favorável”, acrescenta.
Se na carne de frango o movimento é de recuperação gradual, o segmento de ovos apresentou desempenho expressivo em setembro. As vendas externas do produto tiveram salto de 199,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado de 2025, porém, ainda há queda de 9,3% em volume, com 438 toneladas a menos embarcadas, mas o faturamento disparou 37,5%, somando US$ 16 milhões entre janeiro e setembro.
Segundo Santos, a valorização do preço da tonelada no mercado externo e o aumento da demanda contribuíram para o resultado. “A receita com as exportações de ovos cresceu devido à valorização no mercado internacional e à maior procura, tanto fora quanto dentro do País”, pontua.
Ele ressalta ainda que a retomada do mercado chileno foi determinante para o salto registrado em setembro.
Desempenho nacional segue estável
Em números nacionais, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) aponta um desempenho semelhante. O Brasil exportou 482,3 mil toneladas de carne de frango em setembro — volume praticamente estável (-0,6%) em relação a 2024. A receita, no entanto, caiu 10,1%, somando US$ 857,6 milhões. De janeiro a setembro, as exportações brasileiras acumulam 3,876 milhões de toneladas, ligeiramente abaixo do mesmo período de 2024 (-1%), com receita de US$ 7,166 bilhões (-1,5%).
No caso dos ovos, o movimento é de forte expansão. O País embarcou 2.076 toneladas em setembro, alta de 39,7% frente ao mesmo mês de 2024. O faturamento praticamente dobrou, atingindo US$ 5,5 milhões. No acumulado do ano, o crescimento é expressivo, com 34,3 mil toneladas exportadas, aumento de 174%, e US$ 80,8 milhões em receita, avanço de 201% sobre o ano passado.
Fonte: Jornal do Comércio
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