Como uma cidade japonesa tenta reduzir o uso de telas ao limitar utilização por DUAS horas ao dia

A cidade japonesa de Toyoake aprovou uma nova norma que recomenda limitar o uso do celular a duas horas por dia. Embora a medida não preveja sanções ou prisão para os infratores, o prefeito Masafumi Kouki está determinado a promover uma reflexão sobre a relação dos cidadãos com as telas, visando melhorar a comunicação humana.

A cidade de Toyoake - Reprodução Fujita health university


Em entrevista à AFP, Kouki expressou sua preocupação com "os efeitos negativos do uso excessivo de smartphones, em particular a forte diminuição da comunicação humana direta". O prefeito constatou a desconexão social, notando que "até mesmo nos trens, todo mundo está olhando para o celular, ninguém mais fala com ninguém". A prefeitura aprovou esta "ordenança local" com 12 votos a favor e 7 contra, e a medida, que se aplica a adultos e crianças, entrou em vigor na semana passada.


Autorregulação vs. "Interferência"

A ideia central em Toyoake, metrópole industrial próxima a Nagoia, não é impor sanções, mas sim encorajar a autorregulação. O prefeito relatou que a oposição inicial à norma foi quase unânime, mas muitos cidadãos mudaram de opinião ao saberem que o "limite diário" é apenas uma recomendação e não inclui o tempo dedicado ao trabalho ou estudo.

No entanto, a medida ainda encontra resistência. A vereadora Mariko Fujie, que votou contra, afirmou que o uso excessivo é um problema social, mas "resisto muito à ideia de regular o tempo livre das pessoas mediante uma portaria", classificando-a como "interferência". O estudante de direito Shutaro Kihara, de 22 anos, declarou que a regulamentação é "inútil ou ineficaz" para os jovens, que utilizam o celular para praticamente todas as atividades.

Apesar das críticas, a recomendação já mostra algum impacto. O estudante do ensino médio Ikka Ito afirmou que usa o celular entre quatro e cinco horas por dia, mas que "comecei a reduzir meu tempo de tela voluntariamente desde o anúncio", sem que seus pais tivessem pedido.


Foco na saúde e no sono

A norma também visa melhorar a saúde pública. O texto recomenda que os alunos do ensino fundamental evitem as telas após as 21h, enquanto os estudantes do ensino médio e adultos são convidados a desligá-las no máximo até às 22h.

O Japão é conhecido por ter taxas de sono mais baixas que outros países desenvolvidos. A residente Kokuka Hirano, de 59 anos, admitiu que "lhe falta sono" por causa do celular, onde pesquisa notícias e se distrai. Ela concorda em limitar o uso para fazer exercícios, mas considera que "três ou quatro horas seriam algo mais razoável", achando o limite de duas horas "muito restrito".

A iniciativa é apoiada por estudos que mostram que o uso intensivo de redes sociais, além de interferir no descanso, está relacionado a problemas de saúde mental, como solidão, depressão e ansiedade. O prefeito Kouki deu o exemplo, dizendo que sua família, que tem filhos de 10 e 7 anos, evita agora rigorosamente as telas durante as refeições.

Fonte: AFP



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