Egressa da UFRGS se torna reitora da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

Em 2006, uma jovem nordestina que morava no bairro Santo Antônio, em Porto Alegre, concluía o Bacharelado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O que Pollyanna Almeida não imaginava era que, menos de duas décadas depois, estaria à frente de uma universidade pública e faria história como a primeira reitora negra e não médica da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal).

Ascom Uncisal


Recém-eleita para o cargo máximo da instituição pública de ensino superior de Maceió, Pollyanna se recorda com carinho do tempo que viveu na capital gaúcha, sobretudo como aluna da UFRGS, onde estudou na graduação e no mestrado. “Minha vivência na UFRGS foi encantadora. Cheguei sozinha aos 18 anos, vinda do Nordeste, aberta a conhecer um mundo completamente novo. Minhas lembranças mais marcantes remetem ao cotidiano do Campus do Vale, às tardes ensolaradas de inverno, quando sentávamos na grama para lagartear e comer bergamota, além da integração com colegas de vários cursos”, recorda.

Após a graduação, Pollyanna trabalhou por um ano no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), antes de ingressar na pós-graduação stricto sensu em Genética, também na UFRGS. “Um pouco antes de iniciar o doutorado, meu então marido passou em um concurso em Brasília, o que me levou a iniciar um novo ciclo de vida por lá”, relembra. Em Brasília, sua trajetória acadêmica e profissional se diversificou: além de concluir o doutorado, trabalhou no Ministério da Saúde, na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e na Coordenação de Média e Alta Complexidade. Na sequência, foi aprovada em concursos para docente na Universidade de Brasília (UnB), no Instituto Federal de Brasília (IFB) e na própria Uncisal.

Identidade e representatividade

Ao avaliar a intersecção entre raça e gênero, a reitora reconhece o peso simbólico de sua presença na liderança da universidade alagoana. “Assumir a reitoria da Uncisal sendo uma mulher negra tem um significado muito especial para mim. Pela primeira vez, em quase 60 anos de história, nossa universidade é liderada por uma reitora negra e não médica. Isso me enche de orgulho, mas também de responsabilidade”, afirma a bióloga. Para Pollyanna, estar na gestão da universidade representa uma transformação social em curso. “Vivemos um tempo em que trajetórias diversas podem chegar a lugares de decisão. Quero que minha história inspire outras pessoas a acreditarem que é possível ocupar espaços que, por muito tempo, pareceram inalcançáveis”, ressaltou.

Pollyanna se formou na UFRGS em 2006

A chegada à Uncisal ocorreu em 2016, movida pelo desejo de retornar à terra natal. Desde então, construiu uma carreira docente na instituição. Embora ocupar o cargo de reitora não estivesse em seus planos, foi a possibilidade de ampliar a transformação na educação pública que a motivou, juntamente com o avanço da presença feminina nas reitorias brasileiras. “Ver tantas mulheres à frente de universidades públicas mostra o quanto estamos avançando. No meu caso, como mulher negra, esse espaço tem um valor ainda maior, pois é um símbolo de representatividade e de mudança. Estar aqui é uma conquista, mas também um compromisso: o de abrir caminhos para que outras mulheres também cheguem”, ponderou.

Fonte: UFRGS


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