Parceria gaúcha desenvolve ferramenta para monitoramento de mudanças na vegetação da Mata Atlântica

Pesquisadores do Instituto-Geral de Perícias (IGP), em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), desenvolveram uma ferramenta inovadora para detectar e mapear mudanças na vegetação do Bioma Mata Atlântica.

Veja os detalhes neste post.

Divulgação

Utilizando imagens de satélite e dados geoespaciais, a ferramenta foi criada para qualificar os exames periciais relacionados a crimes ambientais, além de possibilitar uma análise mais rápida e precisa.

A solução proposta pelos pesquisadores utiliza o Google Earth Engine (GEE) para detectar e dimensionar desmatamentos ilegais e conversão de campos de altitude - ou seja, a destruição e substituição de vegetação natural para outros usos - como monoculturas agrícolas e plantações florestais.

Para chegar nesses resultados, a ferramenta utiliza o índice de vegetação NDVI (sigla em inglês para Índice de Vegetação por Diferença Normalizada) - uma métrica que avalia a saúde da vegetação a partir de imagens de satélite. A principal função desta métrica é medir a quantidade de reflectância das folhas, o que pode indicar parâmetros de saúde das plantas.

Contribuição valiosa para perícias ambientais

A partir da tecnologia da Google, os pesquisadores desenvolveram um script de 378 linhas de código de programação, que automatiza a análise de dados geoespaciais. A ferramenta criada usa imagens do satélite Sentinel-2, que captura imagens em alta resolução e permite a análise precisa das mudanças na vegetação. Ao utilizar o NDVI aplicado às imagens do satélite, os peritos conseguem quantificar as mudanças no vigor da vegetação, comparando períodos pré e pós intervenções.

O resultado, resumidamente, é um conjunto de dados que pode ser integrado a diferentes sistemas de geoinformação, como o Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR), ajudando a determinar se áreas de preservação permanente foram impactadas.

Segundo os pesquisadores, "o script desenvolvido demonstra a eficiência do Google Earth Engine na automatização de análises temporais da cobertura vegetal, proporcionando uma ferramenta de suporte à tomada de decisões em investigações de crimes ambientais".

Por fim, os autores salientam que novas aplicações e pesquisas na área podem explorar a integração com sistemas de inteligência artificial para detecção de padrões e a expansão para outros tipos de crimes ambientais - como intervenção em áreas úmidas.

De acordo com a perita criminal Renata Cardoso Vieira, chefe da Seção de Perícias Ambientais do IGP e uma das autoras da pesquisa mais recente, este tipo de trabalho auxilia as análises realizadas pelo IGP, além de qualificar os laudos produzidos pelos peritos.

"Esta pesquisa faz parte de um projeto mais amplo, idealizado pelo perito Pedro Augusto Loguercio Bittencourt, que tem por objetivo utilizar linguagem de programação e Inteligência Artificial para desenvolver e aprimorar processos e ferramentas que auxiliem no trabalho da perícia ambiental e qualifiquem cada vez mais os nossos laudos", explicou Renata, que apresentou o trabalho na InterForensics de 2025 e também compartilhou suas experiências aos demais setores do IGP durante evento ocorrido nesta semana, no CREPEC.

O estudo foi conduzido pelos pesquisadores Pedro Augusto Loguercio Bittencourt e Renata Cardoso Vieira, ambos do Instituto-Geral de Perícias (IGP), Joaquim Flesch Salaberry, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Álvaro Jaques Biguelini, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

A pesquisa foi apresentada na última edição do InterForensics, realizada em Curitiba/PR, e você pode conferir mais detalhes clicando aqui.

Fonte: Governo RS



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