Pela primeira vez em sua história, o Terminal de Contêineres (Tecon) Rio Grande deve ultrapassar a marca de 1 milhão de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) movimentados em um ano. A expectativa é confirmar esse recorde ao final de 2025. Em 2024, o complexo gaúcho trabalhou cerca de 867 mil TEUs.
Jorgito Santos/Divulgação |
O diretor presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti, ressalta que uma das explicações para o bom desempenho é a consolidação da concentração de cargas que têm como destino final o chamado mercado do Prata (Argentina e Uruguai). A iniciativa é resultado de uma parceria do terminal com o armador sul-coreano Hyundai Merchant Marine (HMM) e com a operadora Bengal Tiger Line (BTL), firmada em meados de 2024.
De acordo com Bertinetti, a operação consiste em cargas de transbordo (feeder) em Rio Grande. Os itens chegam ao Estado em navios de maior porte para depois as mercadorias seguirem por meio de embarcações menores para os países vizinhos. O transporte pode envolver os mais diversos tipos de cargas: secas, refrigeradas, peças para a indústria automotiva, entre outras.
O dirigente comenta ainda que, apesar dos reflexos das enchentes do ano passado na hidrovia gaúcha, que persistem até hoje demandando uma série de dragagens para o restabelecimento do calado original, a ligação por esse modal ao Tecon não apresenta dificuldades atualmente. “As hidrovias mais específicas, que dão acesso a alguns terminais, principalmente de grãos e fertilizantes na região dos rios da grande Porto Alegre, têm alguns problemas de calado e precisam ser dragadas e melhorar os canais. Mas, para os contêineres não há problema algum, a gente tem um calado bom”, diz Bertinetti.
Para o futuro, uma expectativa que gera otimismo para o Porto do Rio Grande é que se torne mais competitiva a conexão pelos modais rodoviário e ferroviário ao local. No caso do primeiro, a concessão do Polo Rodoviário de Pelotas, hoje de responsabilidade da Ecovias Sul, termina no próximo ano. O desejo dos agentes logísticos que atuam na região é que ocorra uma readequação dos valores cobrados pelo pedágio.
Já a malha ferroviária Sul, que é administrada pela empresa Rumo, terá o fim da sua concessão em 2027. Bertinetti critica que a atual concessionária não tem dado a atenção que o porto mereceria. Além disso, o dirigente frisa que a companhia focou o transporte de grãos pela via férrea, sem valorizar a movimentação de contêineres. Para o diretor presidente da Tecon Rio Grande, na próxima licitação, no edital deve constar exigências claras e definidas, com foco na melhoria de acessibilidade ao porto rio-grandino.
Fonte: Jornal do Comércio
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