Viajar para provar vinhos, conhecer vinícolas, percorrer vinhedos e adegas. Cada vez mais brasileiros chegam ao Rio Grande do Sul para fazer exatamente isso. É o enoturismo, tendência mundial em ascensão para a qual o Estado tem especial aptidão, já que sai daqui mais de 80% da produção nacional da bebida – algo em torno de 12 milhões de litros. De acordo com dados da Secretaria de Turismo do RS (Setur), cerca de meio milhão de pessoas visita as regiões vitivinícolas gaúchas todos os anos. E esse número tende a crescer.
De acordo com levantamento da Setur, são mais de 550 vinícolas e cooperativas de uva e vinho em atividade no território gaúcho, o que representa aproximadamente 2% do PIB estadual. Esse percentual está em elevação à medida que o turismo se alia à atividade primária desses negócios, que é o cultivo de uva e a elaboração de vinhos. Ao agregar valor com o serviço receptivo, que envolve hospedagem e gastronomia, o enoturismo turbina a geração de receita nas regiões. O Vale dos Vinhedos, que é o principal destino enoturístico do Brasil, recebe mais de 450 mil visitantes por ano em busca de experiências que envolvem o universo do vinho.
Para o secretário de Turismo, Ronaldo Santini, o enoturismo é um dos principais vetores para a interiorização e para a diversificação da atividade turística no Estado, já que variadas regiões têm vocação para o plantio de videiras e elaboração de vinhos. “É uma das forças motrizes do turismo gaúcho e um símbolo do nosso potencial de desenvolvimento regional. Os negócios que envolvem o vinho são uma oportunidade concreta de transformar a produção no campo em experiências únicas para quem nos visita. O Governo do Estado tem apoiado esse movimento, articulando políticas que conectam turismo, agricultura e cultura, estimulando o fortalecimento de marcas regionais e o aumento da permanência dos visitantes nas rotas”, afirma.
No cenário global, as regiões vinícolas vivem momentos distintos. Enquanto a Europa vê o fluxo de turistas crescer nas suas zonas vitivinícolas mais tradicionais, o Novo Mundo amarga quedas em alguns de seus destinos mais reconhecidos. É o que revela a Global Wine Tourism Report 2025, pesquisa elaborada pela Universidade Hochschule Geisenheim, na Alemanha, em parceria com o órgão de turismo das Nações Unidas e com a Organização da Vinha e do Vinho (OIV), divulgada em outubro. Apesar das diferenças regionais, alguns pontos são unanimidade, segundo o levantamento. O principal deles é o impacto econômico gerado pela atividade: duas em cada três vinícolas ouvidas para a pesquisa afirmam que o enoturismo é “lucrativo” ou “muito lucrativo”, representando cerca de um quarto da receita total das empresas. Isso faz com que a chegada dos visitantes impacte positivamente nas comunidades locais.
A pesquisa revela ainda que a maioria dos turistas que viajam para conhecer vinhos e vinícolas tem entre 45 e 65 anos – com destaque para o aumento na presença de pessoas entre os 25 e 44 anos. Isso demonstra que o vinho é capaz de atrair um público amplo e variado, gerando ainda mais oportunidades. Temas como o estudo de aspectos técnicos e sensoriais, sustentabilidade e interação entre vinho e gastronomia foram apontados pelo relatório como os mais demandados pelos turistas ao redor do mundo.
O Rio Grande do Sul se beneficia de um setor em expansão no Brasil. Segundo informações da Ideal BI Consulting, o mercado brasileiro de vinhos apresentou indicadores positivos no primeiro trimestre de 2025, com um volume total 82,5 milhões de litros comercializados, o que representa um crescimento de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior. A expectativa da consultoria é que esse setor ultrapasse os R$ 22 bilhões em faturamento até o final de 2025. Esses números, porém, englobam os vinhos importados. Quando se olha somente para os indicadores do vinho fino nacional, o setor registra uma queda de 3% no consumo – o que torna o fortalecimento das marcas por meio do enoturismo ainda mais importante.
Fonte: Jornal do Comércio
Fonte: Jornal do Comércio
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