Ao fazer a avaliação do ano e traçar as perspectivas para 2026 na coletiva anual da entidade, o vice-presidente e coordenador do Núcleo de Economia da FEDERASUL, Fernando Marchet, afirmou aos jornalistas que o PIB Brasil deverá crescer 1,61% no próximo ano, sendo que o destaque maior fica para o setor de serviços, que deverá apresentar um crescimento de 59%, seguido da indústria, com 22,2% e a agropecuária com 5, 9%. A projeção para o PIB do Rio Grande do Sul é de crescimento de 3,02%, portanto, maior que o brasileiro baseado na estimativa de recuperação do agro e cenário positivo para a pecuária. O cenário, no entanto, aponta para o desempenho industrial aquém do esperado com tendência de maior impulso fiscal em função do ano eleitoral.
| Sérgio Gonzalez/Federasul |
Fernando Marchet destacou que a economia brasileira apresentou um crescimento expressivo nos últimos anos baseado no aumento do gasto público, na expansão do mercado de crédito e especialmente na ampliação de transferências de renda, que teve um crescimento de 71,8% entre os anos de 2022 e 2025 (até o mês de outubro). “O modelo de expansão recente baseado em estímulos à demanda vem apresentando sinais de esgotamento, a partir da falta de disponibilidade de mão de obra, do efeito da taxa de juros sobre a atividade e da limitação fiscal”, explicou.
Acrescentou, entretanto, que o menor nível de desemprego da série histórica, aliado à perda de ritmo na geração de empregos, sinaliza limites para a continuidade desse movimento. Disse ainda que o aumento relevante do gasto público gerou um descompasso fiscal, mesmo em um cenário de expansão da arrecadação mediante aumentos de impostos. “Com o mercado de trabalho aquecido, os sucessivos estímulos fiscais geraram um aumento da inflação”, argumentou.
Apesar do nível de incerteza em relação ao próximo presidente, Marchet acredita que o cenário eleitoral aponte para uma decisão no limite mínimo, com uma margem pequena de votos entre os candidatos à presidência da República de no máximo 3%. Com relação à inflação, a projeção feita pelo vice-presidente para 2026 é de 4,5% e taxa básica de juros (SELIC) de 13%.
No contexto econômico e geopolítico global, Marchet destacou que as negociações com os Estados Unidos vem diminuindo o nível de incerteza relacionado ao comércio global. “A desaceleração da economia americana levou ao início do ciclo de corte nos juros por parte do Federal Reserve”, explicou.
Desafios
Ao abrir o evento, o presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, disse que o Rio Grande do Sul terá um ano de 2026 desafiador, considerando que as tragédias climáticas deixaram empresas e produtores rurais descapitalizados e endividados. “Mais do que nunca é preciso ter uma visão sistêmica do papel da sociedade civil organizada”. O dirigente acredita, no entanto, que os valores, princípios e virtudes dos gaúchos vão impedir que o estado caia ainda mais.
Rodrigo destacou os desafios do Brasil num ano eleitoral, lembrou da união das forças dos voluntários que ajudaram a resolver as questões da enchente. Ele falou sobre as mobilizações da entidade neste ano, citando como exemplo, a questão das ferrovias. “O governo federal decidiu não renovar a concessão com a atual concessionária, a Rumo, motivado pela opinião pública que encontrou na eco na imprensa”.
Previu um ano difícil, com uma jornada cheia de nuances, num ano eleitoral e informou que a FEDERASUL vai anunciar, no final de janeiro, o movimento “Acorda Rio Grande”, apontando os temas que precisam ser enfrentados pelo Estado e encaminhamentos que precisam ser dados pelos candidatos ao governo gaúcho.
Fonte: FEDERASUL
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