Pela primeira vez, o evento tradicionalmente realizado em uma semana estende-se por duas, ocupando o Centro Histórico com artesanato, confecções, alimentos da agricultura familiar e produtos das agroindústrias. A iniciativa busca aumentar o tempo de visitação em um período de grande procura por presentes de fim de ano, incentivando também que o público leve suas próprias sacolas como forma de reduzir o uso de plástico.
| Divulgação/Fetraf-RS |
A estimativa de 600 mil visitantes projeta uma circulação intensa, impulsionada pelo fluxo diário da região e pela diversidade de produtos. Mais de 300 empreendimentos de todas as regiões gaúchas estarão representados ao longo de 84 estandes que reúnem cerca de 160 expositores, responsáveis por itens autorais e exclusivos, especialmente nas áreas de artesanato e confecção. A organização destaca que a venda direta tem se fortalecido entre consumidores que buscam produção local e relações de proximidade com quem fabrica.
Abertura com anúncio de políticas e renovação de conselhos
A cerimônia oficial que abriu a feira ocorreu nesta terça-feira (2), com atividades culturais e um desfile de produtos que colocam em evidência a diversidade dos expositores. A tomada de posse do Conselho Estadual de Economia Solidária marca o início do evento e simboliza a continuidade da articulação política do setor no estado. A presença do Secretário Nacional de Economia Solidária, Gilberto Carvalho, reforçou essa dimensão. Ele anunciou novas políticas federais voltadas ao apoio e à expansão dos empreendimentos autogestionados, conforme a organização da feira.
Para Nelsa Nespolo, presidente da União dos Empreendimentos Solidários (Unisol-RS), entidade responsável pela realização do evento, esse tipo de espaço cumpre papel essencial para a sobrevivência e o crescimento dos empreendimentos. A dirigente avalia que as feiras aproximam quem produz e quem consome, fortalecem economias locais e ampliam a valorização da diversidade cultural e das práticas coletivas. Para ela, a comercialização direta é uma ferramenta que contribui para a sustentabilidade das iniciativas ao manter os recursos dentro das comunidades.
A análise é compartilhada pelo pesquisador Ademar Marques, integrante do Fórum Gaúcho de Economia Solidária, que relaciona a expansão desses eventos a uma tendência internacional. Ele considera que a economia solidária se apresenta como alternativa concreta de inclusão social e desenvolvimento sustentável. Segundo a leitura de Marques, a autogestão e a cooperação destacam-se como elementos que impulsionam microeconomias, mantêm renda nas localidades e fortalecem a transição ecológica com justiça social.
Produtos que carregam identidade e história
Entre os corredores da feira, a diversidade material vão refletir a variedade de trajetórias que compõem o setor. Artesanato e confecção assumem protagonismo com peças únicas e processos produtivos que resgatam técnicas tradicionais, exploram a criação autoral e apostam em materiais reaproveitados. Representantes de cooperativas veem nessa característica um diferencial que atrai consumidores em busca de presentes com identidade própria e impacto direto sobre a renda das famílias produtoras.
A ampliação da feira para duas semanas também responde à necessidade de dar maior visibilidade a essa produção. Em um cenário de competição com artigos industrializados, sobretudo no período das festas de fim de ano, a organização aposta que o contato direto com os produtores reforça a decisão de compra e contribui para fidelizar o público.
Fonte: BDF
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