Covid-19: Portugal atinge 70% da população com a vacinação completa

A ministra da Saúde de Portugal, anunciou, em entrevista à imprensa, que a meta de 70% da população residente em Portugal com a vacinação completa já foi atingida esta semana, 15 dias antes do que estava previsto, que seria a data de cinco de setembro, segundo a força-tarefa que coordena a campanha de vacinação contra a covid-19. A governante anunciou também que está estudando um alívio das medidas de confinamento mais cedo do que o previsto.

Steven Cornfield/Unsplash


“É um resultado muito importante e vale a pena lembrar que, quando a presidente da Comissão Europeia começou a falar desta meta em janeiro passado, considerávamos algo muito distante de ser atingida”, enfatizou Marta Temido esta quinta-feira (19). Mas - acrescentou -, é necessário chegar à próxima marca, que são os 85% da população vacinada com as duas doses, que está prevista para o final de setembro - e que também poderá ser antecipada. Em Portugal, estão sendo imunizadas perto de 100 mil pessoas por dia.

Esta “boa notícia” já era esperada, tendo em conta o ritmo da campanha de vacinação. Segundo o último relatório de vacinação da Direção Geral da Saúde (DGS), divulgado na terça-feira (17),  66% da população já tinha o esquema vacinal completo até ao passado domingo (15).

Marta Temido recebe Conselho de Ministros para aliviar medidas

A meta dos 70% de população completamente vacinada estava associada à passagem para a segunda das três fases de "desconfinamento" do plano elaborado pelo governo português, ainda antes da chegada da variante Delta ter aumentado os números. Marta Temido adiantou que fará uma reunião do Conselho de Ministros extraordinário esta sexta-feira (20) para se decidir que medidas de alívio previstas, como o aumento da lotação de restaurantes e de espetáculos, poderão avançar ou não, mas avisou que chegar a este patamar na vacinação não basta.

É necessário, acentuou, ter em conta outros indicadores, como o índice de transmissibilidade, a incidência cumulativa a 14 dias e as internações hospitalares, dados que estão estão incluídos no relatório de monitoramento das linhas vermelhas da DGS e do Instituto Nacional de Saúde, que será divulgado também na sexta-feira.

Se, entretanto, as próximas metas de vacinação da população forem atingidas mais cedo do que estava previsto, o governo quer ir avançando com o levantamento das medidas restritivas, embora a ministra tenha reafirmado que será sempre necessário olhar para os outros indicadores. As autoridades lembram que as metas da vacinação foram definidas pela Comissão Europeia antes do surgimento da variante Delta.

“Tínhamos fixado a meta de 85% da vacinação para o final de setembro. Naturalmente que estamos verificando que pode ser possível atingir o objetivo mais cedo do que o previsto e, se assim for, e a situação evoluir favoravelmente, olharemos para a realidade. As restrições foram sempre proporcionais à situação que enfrentávamos e, portanto, se pudermos avançar para um alívio, faremos”, afirmou.​

O aumento da lotação nos restaurantes e em espetáculos, casamentos e batizados, o fim da necessidade de marcação prévia para atendimento nos serviços públicos são algumas destas medidas, tal como o uso obrigatório de máscara na rua. Mas a governante ressalta que a questão das máscaras é “diferente”, recordando que a norma ainda em vigor é da responsabilidade da “Assembleia da República e compete à este órgão proceder a essa reapreciação”.

Quanto à terceira dose de vacinas, explicou que Portugal está aguardando as recomendações da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) para decidir se é ou não necessário avançar nesse sentido. Mas enfatizou que concorda com a Organização Mundial de Saúde  - que não se tem cansado de repetir que apenas estaremos protegidos contra a infecção quando toda a população mundial estiver imunizada. 

“Não há dúvida nenhuma de que só conseguiremos vencer este problema em definitivo quando todos estivermos protegidos contra ele. Daí os esforços que temos tido enquanto país - no contexto dos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa] e enquanto Estado-membro da União Europeia nas relações com mecanismos como o Covax - para distribuir vacinas a países mais pobres. É essencial a ideia de que ninguém estará a salvo enquanto não estivermos todos vacinados”, defendeu.


Com informações do site Público



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