Programa leva médicos voluntários para realizarem cirurgias ortopédicas gratuitas pelo Brasil

Um mutirão de médicos ortopedistas quer percorrer o Brasil fazendo cirurgias gratuitas em quem tem problemas nos pés. O primeiro destino será Faxinal do Soturno, na região central do Rio Grande do Sul, onde a equipe vai realizar cerca de 30 operações entre os dias 15 e 19 de novembro.

Reprodução Site ABTPé

Intitulado Pé na Estrada, o projeto foi criado pelo presidente da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé), José Sanhudo. A inspiração veio de longe. Em 2018, o médico ortopedista virou voluntário de um programa humanitário na China, o Steps2walk, que levou profissionais para solucionarem problemas ortopédicos em Yantai, no norte do país asiático. 

Ao retornar ao Brasil, Sanhudo virou presidente da ABTPé e começou a construir um programa nos mesmos moldes do projeto chinês. O Pé na Estrada ganhou apoio financeiro da Fundação Napoli, de Mario Napoli, um dos primeiros cirurgiões ortopédicos do Brasil. Assim, consegue levar voluntários até uma cidade onde há baixa oferta de médicos versados na ortopedia. 

Em Faxinal do Soturno, com cerca de 6 mil habitantes, Sanhudo e sua equipe de quase 20 ortopedistas vão atender a pelo menos 30 pacientes que aguardam por uma cirurgia na fila do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Médico dos hospitais Mãe de Deus e Moinhos de Vento, em Porto Alegre, Sanhudo encara como missão a tarefa de realizar cirurgias gratuitas em quem não tem condições de pagar. 

— A medicina é isso: ajudar as pessoas. O mais gratificante é ajudar as pessoas. Muitas vezes, a gente divide a vida do paciente em duas partes: antes e depois de operar. Tem muitos pacientes que, depois de voltar a caminhar, mudam de vida. Isso não tem preço. Isso é super gratificante — diz.

Depois de Faxinal do Soturno, o Pé na Estrada vai a Guanumbi, na Bahia, e a Diamantina e Ponte Nova, em Minas Gerais. Mas os médicos voluntários querem incluir mais destinos e preencher a agenda de cirurgias, incentivando que as cidades com escassez de ortopedistas se candidatem para receber os voluntários. 

— O objetivo é conseguir mais cidades. No fundo, quem se beneficia são os pacientes — incentiva o médico. 

Para um município manifestar interesse no programa, é fundamental que o hospital da cidade tenha, ao menos, uma sala de ambulatório com espaço adequado para atendimento dos pacientes pré-selecionados e uma sala de cirurgia disponível nos dias destinados ao projeto. O bloco cirúrgico deverá contar preferencialmente com arco cirúrgico ou com aparelho de radiografia. Médicos ortopedistas também podem se candidatar para o voluntariado.

Com informações de GZH




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