Grandes hospitais brasileiros renovam aposta estratégica em ensino e pesquisa

Um dos maiores hospitais brasileiros, o Sírio Libanês, vai dar um salto de desenvolvimento em suas atividades de ensino e pesquisa a partir deste ano, passando a oferecer cursos de graduação em ciências da saúde aproveitando todas as sinergias que sua mão-de-obra altamente capacitada oferece. O hospital já é uma potência educacional, com um amplo programa de residência médica e cursos de pós-graduação, mestrado, doutorado e educação continuada. Só no ano passado, passaram 40.753 alunos pelo seu Instituto de Ensino e Pesquisa. E agora se chegou ao entendimento da necessidade de se dar novo passo estratégico. No que depender do Sírio, a faculdade de medicina começará a funcionar logo em seguida à de ciências de saúde, com seleção de alunos a partir 2023. A iniciativa da instituição corre paralela à do hospital Albert Einstein, que oferece um programa de graduação há alguns anos e formou a primeira turma de medicina em dezembro. O Einstein inaugura neste mês o novo prédio de sua faculdade no Morumbi, em São Paulo.

Reprodução site Sírio Libanês


O diretor médico do Sírio, Fernando Ganem, diz que a decisão da instituição foi pedir inicialmente ao Ministério da Educação o credenciamento em cinco cursos: enfermagem, fisioterapia, psicologia, nutrição e gestão hospitalar. “Nós já fomos vistoriados pelo MEC e tivemos a aprovação do primeiro curso, o de fisioterapia”, afirma Ganem. “Nós próximos dias receberemos a visita de avaliação para aprovação dos demais cursos.” Em abril, o Sírio lançou um fundo patrimonial para arrecadar R$ 100 milhões até 2027 e, entre outras iniciativas, patrocinar projetos na área de ensino e pagar bolsas de estudo. Numa primeira fase, os cursos serão ministrados nas instalações do Instituto de Ensino e Pesquisa, mas o objetivo é levantar uma torre própria ao lado do hospital para abrigar a faculdade. No primeiro ano, a expectativa é de ter, no mínimo, 300 alunos. “Há alguns anos, o Sírio é um centro de referência em tecnologia de saúde e a criação da faculdade é a evolução natural de tudo aquilo que a gente vem fazendo em educação”, diz Christian Tudesco, superintendente de marketing do hospital.

Missão social

“É uma missão formar pessoas para que elas possam levar aquilo que aprenderam para outras regiões do País”, diz Ganem. “A gente sabe que a graduação é um combustível para a busca da melhoria contínua trazendo mais engajamento para aqueles que trabalham na instituição.” O Sírio também se destaca na produção acadêmica e só no ano passado foram 405 trabalhos publicados em revistas indexadas. Este ano, até o momento, já há 212 artigos publicados em periódicos de saúde, com uma meta de superar 420. Só este ano, até o momento, são contabilizadas 7.222 citações de estudos do Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa.

No caso do Albert Einstein, a inauguração do novo prédio da faculdade acontece em agosto. O moderno espaço de estudo teve investimento de R$ 700 milhões. O edifício conta com oito pavimentos, sendo cinco andares dedicados a ensino e pesquisa. O local ainda oferece ambiente de terapia celular e biologia experimental. O Albert Einstein tem cursos de graduação, pós-graduação, residência médica, técnicos e de atualização. Tinha 630 alunos em 2021, 17% dos quais usufruindo de bolsa de estudo. Em 2022, o hospital vai dobrar a oferta de cursos de graduação, de três para seis. A faculdade passa a ter as disciplinas de administração de organizações de saúde, engenharia biomédica e odontologia, além dos já existentes: medicina, enfermagem e fisioterapia. “Não há nenhum grande centro médico do mundo que também não seja um grande centro de ensino e pesquisa”, diz Luiz Vicente Rizzo, diretor-superintendente de pesquisa da instituição. Prestes a entrar em funcionamento, o centro de instrução do hospital Albert Einstein já mostra a elevada qualidade educacional que vai praticar.

Leia a notícia original no site da Isto é Independente 

Comentários