RS planeja iniciar vacinação contra a covid em escolas em 31 de agosto

A Secretaria Estadual de Saúde (SES), em parceria com a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) e outras entidades, definiu o dia 31 de agosto para o início de ações de vacinação contra a covid-19 e outras doenças nas escolas. O objetivo é tentar melhorar as baixas taxas de cobertura, consideradas preocupantes. Cada município deve preparar suas iniciativas, de acordo com as necessidades e as estruturas locais. Algumas cidades já imunizam esse público no ambiente escolar.  

Reprodução Site Prefeitura de Jundiaí

O objetivo da secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, é tornar as instituições de ensino protagonistas da vacinação. Equipes das unidades básicas de saúde (UBS) devem avaliar as cadernetas dos alunos. As prefeituras organizarão as agendas para a visitação às escolas, com a oferta das doses necessárias. Mães, pais e responsáveis serão comunicados para que compareçam e autorizem as aplicações.  

Em reunião realizada nesta quinta-feira (18), o combinado entre os participantes foi que atos no dia 31 devem marcar o começo da mobilização, que terá prosseguimento daí em diante.  

Santa Maria, na Região Central, realiza busca ativa por estudantes com vacinas em atraso desde junho. De acordo com Guilherme Ribas, secretário municipal de Saúde, mais de 3,3 mil doses contra a covid-19 foram aplicadas em cerca de 30 escolas municipais, estaduais e particulares. A prefeitura contata as escolas para elaborar a lista de estudantes com doses faltantes, definem-se dia e horário para a visita dos vacinadores, sem prejudicar as atividades letivas, e as famílias recebem o aviso. Semanalmente, de três a quatro escolas são visitadas.  

— Se a criança não foi até o posto, estamos indo às escolas. O objetivo é vacinar crianças e professores. Se tem pais ou familiares com doses em atraso, já aproveitam e tomam também — relata Ribas, também presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems-RS).  

O secretário explica que, como são muitas as vacinas previstas para a imunização infantil e de adolescentes, não há como levar todas as ampolas às escolas. No caso de outros imunizantes necessários, além dos referentes ao coronavírus, os profissionais de saúde anotam nas cadernetas e orientam onde podem ser buscados.  

— A parceria nessas ações tem tido um resultado muito efetivo — avalia Ribas.  

Em São Leopoldo, no Vale do Sinos, a administração municipal vem ofertando a vacinação contra a covid na rede de ensino desde o início do ano. Após uma pausa no período das férias de inverno, as atividades foram retomadas na segunda quinzena de julho. Escolas do Ensino Fundamental e da Educação Infantil são contempladas. Os horários de atendimento coincidem com os do final dos turnos de aulas para aproveitar a presença dos responsáveis por buscar os alunos. 

— A procura está muito baixa na faixa de três a cinco anos. A iniciativa é para tentar levantar esse número, facilitando o acesso a quem não tem dinheiro para pagar o ônibus até o posto ou trabalha em horário comercial — diz a enfermeira Karen Carvalho, coordenadora de Imunizações na cidade.  

Diariamente, os vacinadores passam por quatro escolas, em média. Os personagens Zé Gotinha e Maria Gotinha acompanham o trabalho e divertem as crianças. Karen se preocupa com a hesitação dos adultos, que, em alguns casos, tomam a vacina, mas não levam os filhos para se imunizar. 

— Os pais não estão aderindo. Mesmo vendo tudo que a vacina fez, tudo o que nos permitiu, ainda assim as pessoas têm desconfiança — lamenta a enfermeira.  

Karen foi professora antes de ingressar na área da saúde e acredita ser essencial a integração entre os dois setores: 

— Educação e saúde têm que andar lado a lado, sempre. É uma forma de mostrar para a comunidade escolar que nos importamos, que somos uma rede municipal interligada.  

De acordo com a SES, até esta quinta-feira, o Estado registrava 46% das crianças de cinco a 11 anos com duas doses contra a covid-19. No grupo dos adolescentes, de 12 a 17 anos, a cobertura era de 77%. Estima-se que mais de 310 mil crianças de cinco a 11 anos não receberam sequer a primeira dose. Na faixa etária dos três e quatro anos, última a ser incluída no programa nacional, também há baixa adesão: apenas 19 mil crianças — o que representa 7% do público estimado para a idade — foram vacinadas desde 20 de julho. 

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