Pesquisa da Fecomércio-RS registra primeira queda do percentual de famílias com contas em atraso depois de 14 altas consecutivas

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores Gaúchos (PEIC-RS), divulgada pela Fecomércio-RS nesta quarta-feira, dia 14, registrou um percentual de famílias endividadas de 95,2% no mês de agosto. Na edição de agosto do ano passado, esse percentual era de 79,3% e em julho passado de 94,3%.

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A alta do percentual de famílias endividadas foi motivada pelo aumento do percentual de famílias endividadas com mais renda (de 86,4% em julho 2022 para 90,9% em agosto 2022). O percentual de famílias endividadas na faixa mais baixa de renda continua elevado (96,4%), mas permaneceu estável com relação ao mês anterior.

Em relação ao mesmo período do ano passado, ambos os grupos aumentaram significativamente. A média da parcela da renda comprometida com dívidas foi de 20,9% e teve leva alta frente a agosto de 2021 (20,0%), mas permaneceu estável na margem (20,7%) e bem abaixo da média histórica de 28,3%. Conforme o esperado, a pesquisa mostrou que o comprometimento da renda com o pagamento de dívidas é mais significativo entre as famílias de menores rendimento (22,2% nas famílias com renda até 10 salários mínimos de 15,5% nas famílias com renda superior à 10 salários mínimos). Em meio a dificuldades orçamentárias, o endividamento serve como um mecanismo de manutenção dos níveis de consumo, especialmente das famílias mais vulneráveis ao processo inflacionário.

Apesar do novo aumento do percentual de famílias endividadas, a pesquisa trouxe um percentual de contas em atraso de 39,4%, nesta edição, o que mostra uma queda na comparação mensal, interrompendo uma série de 14 altas marginais consecutivas para o indicador de contas em atrás. Contudo, o percentual segue muito acima da média histórica (27,7%). O tempo de pagamento de contas em atraso foi, em média, de 40,1 dias – tempo muito semelhante entre as faixas de renda.

De acordo com a pesquisa, não terão condições de pagar nenhuma das suas dívidas em atraso 2,5% do total de entrevistados. Esse percentual é bastante baixo na comparação histórica e ocorre em 3,7% dos casos nas famílias que ganham atém 10 salários mínimos. Nas famílias que recebem mais de 10 salários mínimos de renda mensal, o percentual é de 0,0%.

“Cada mês que passa, a pesquisa apenas reforça o papel que o crédito tem assumido na manutenção do consumo. O percentual de inadimplentes em patamar elevado mostra que as famílias têm apresentado grandes dificuldades em manter-se adimplentes. Entretanto, o indicador de persistência da inadimplência estar se mantendo baixo neste cenário revela que as famílias já entenderam que manter o acesso ao crédito é fundamental para o financiamento do consumo corrente”, concluiu o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.

Com informações da Fecomércio RS



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