Quase 80% das empresas pretende investir mais em tecnologia em 2023

Apesar do clima econômico atual, a tecnologia continuará sendo um investimento crítico e uma fonte central de produtividade em empresas. Prova disso é que, em seu terceiro relatório anual de tecnologia global, a consultoria global Bain indica que, mesmo com a escassez de semicondutores e a dissociação das relações EUA-China, 77% das empresas afirmam que vão aumentar seu orçamento em tecnologia para o próximo ano.

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Os executivos consideram esse investimento fundamental para aumentar a produtividade, velocidade e competitividade mesmo em um ambiente de negócios complexo.

Já quando as companhias buscam novas tecnologias, levam mais em conta contextos sem precedentes como tendências geopolíticas, macroeconômicas e de inovação. Uma delas é o distanciamento EUA-China.

A separação das duas maiores economias do mundo está ocorrendo de forma mais rápida, ampla e profunda que o previsto. Enquanto os EUA aumentam a supervisão regulatória sobre as empresas chinesas, a China compromete-se com o investimento de US$ 1,4 trilhão em cinco anos para construir tecnologias estratégicas e infraestrutura digital no mercado interno, o que deve afastar mais a internet chinesa da web global.

Metade dos CIOs e CTOs pesquisados pela Bain em junho disse que a política de zero Covid-19 da China afetou seus negócios. Pelo menos uma dúzia de grandes empresas de tecnologia dos EUA culpou o bloqueio de Xangai por perder as estimativas trimestrais de receita e ganhos.

Outro ponto nevrálgico é a escassez de chips. Segundo a análise da Bain, enquanto algumas empresas estão começando a ver alívio para a escassez de chips ainda neste ano, outras podem ter de esperar uma normalização até 2024 ou mais. Mesmo com investimentos recentes e sinais de melhora, é provável que a recuperação desse mercado seja desigual.

Muitos fatores estão fora do controle dos executivos, como a redução da demanda por semicondutores, escassez de equipamentos de EUV (um maquinário utilizado na fabricação de chips) e o status atual de atritos geopolíticos. Com essas limitações, a Bain indica que as empresas de tecnologia realizem projetos focados em resiliência, com a avaliação constante de riscos.

Mercado terá onda de criação de conteúdo no metaverso

A expectativa é que deveremos ter uma grande onda de criação de conteúdo, tecnologia e inovação desencadeada em torno do metaverso e das tecnologias Web3.

Além dos investimentos já feitos pela Microsoft, Meta, Google, Apple e Tencent, o ecossistema já possui milhares de empresas e mais de US$ 80 bilhões em financiamento inicial de capital de risco, fundos de hedge, private equity e outros investidores.

Um dos campos emergentes que vão definir os futuros pools de lucros na web3 é o conceito de identidade, com a chance de democratizar a experiência online, permitir que os usuários recuperem o controle de seus dados e abrir as portas para a personalização em massa.

Essa abordagem terá implicações importantes para outras tecnologias, como inteligência artificial (IA), que está crescendo rapidamente e se tornando fundamental para ganhar participação de mercado e fidelizar o cliente. A web3 não pode mais ser ignorada.

As empresas tradicionais de software corporativo enfrentam uma concorrência cada vez mais intensa, mas podem recuperar sua vantagem. Entre as mais de 90 empresas de tecnologia que participaram do estudo da Bain, quase metade disse não identificar disruptores em seus principais mercados; quase metade também disse que as ameaças a seu share são pequenas ou nada críticas, e apenas 5% viram essas ameaças como graves.

Nos últimos anos, mais de 75% dos maiores investimentos de capital de risco foram feitos em infraestrutura de TI e empresas de software empresarial. A Bain destaca que as organizações mais bem sucedidas são aquelas que não se acomodam, monitoram com eficácia as ameaças emergentes aos negócios, investem em estratégias claras de P&D e M&A, em um processo arrojado de desconstrução.

Leia a notícia original no Jornal do Comércio

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