3º negro na história assume cadeira na Academia Rio-Grandense de Letras

Em 121 anos da Academia Rio-Grandense de Letras, o advogado, jornalista e escritor Antônio Carlos Côrtes é o terceiro negro a tomar posse, na terça-feira (28), na entidade. Antes dele, nomes notórios da cultura gaúcha como Paulino  Azurenha, o primeiro negro a assumir uma cadeira na instituição, e depois, Francisco Ricardo. Cortes vai ocupar a cadeira de número 11, que tem como patrono o Padre Carlos Teschauer.

Arquivo pessoal

Côrtes é membro fundador do grupo de pesquisas Palmares que, em 1971, implementou a data de 20 de novembro como Dia da Consciência Negra, oficializada nacionalmente em 2011 (saiba mais abaixo).

"Há um ditado sul-africano que diz: 'eu sou porque nós somos'. Eu não sou eu, eu sou uma comunidade que chega à Academia Rio-Grandense de Letras. Ela tem 121 anos e eu sou o terceiro negro a integrar a academia, e não por ser negro, mas porque julgaram que eu merecia essa oportunidade pelo meu trabalho literário, na direção de espetáculos musicais, envolvimento com a cultura. Estar ao lado dos outros integrantes é o momento mais sublime da minha vida”, comemorou Côrtes.

O novo integrante da academia foi funcionário do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) por 26 anos. Advogado militante, com atuação nas áreas de direito civil e criminalista, foi também secretário-geral da Junta Comercial do Rio Grande do Sul (Jucergs), bem como assessor superior da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e professor na Academia de Polícia (Acadepol).

Reprodução RBS TV

Também atuou como apresentador, repórter e produtor em diferentes veículos de imprensa gaúchos e de fora do estado. Foi integrante do Conselho Municipal de Cultura de Porto Alegre e Conselho Estadual de Cultura. Tem histórico de participações como comentarista de eventos carnavalescos.

É autor dos livros "Bailarina do Sinal Fechado", "Rua da Praia 40⁰" e "Degraus da Vida".

Fonte : G1




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