Biblioteca Pública do RS expõe obras raras e valiosas de seu acervo

A Biblioteca Pública do Estado (BPE), uma das instituições da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), apresenta de 28 de abril a 28 de maio, a exposição “Obras raras do acervo da BPE”, com curadoria de Cláudia Antunes e Fábio Lázzari. 

A mostra, localizada na Sala Borges de Medeiros, exibirá edições datadas a partir do século 16, algumas confeccionadas em pele de carneiro e pergaminho, impressas e manuscritas, em belíssimas encadernações provenientes de várias partes do mundo.


Solange Brum/Sedac

A obra mais antiga é de 1519, “Farsália”, um poema épico escrito pelo poeta latino Lucano (39 – 65 a. C). Além dela, a exposição trará outros textos épicos, religiosos, clássicos e eróticos, uma mostra de periódicos do século 20, primeiras edições dos principais autores do Rio Grande do Sul e outras preciosidades.

Entre os destaques, encontra-se uma edição em russo de “A alvorada da era cósmica”, com dedicatória do grupo de cosmonautas russos, da primeira geração de astronautas, cuja figura mais importante foi Yuri Gagarin, nos anos 1960.

Outra obra, que impressiona pela sua grandeza é “O códice Atlântico", de Leonardo da Vinci (1452 – 1519), uma coleção de documentos composta de 12 volumes em grande formato, com anotações e 1.384 ilustrações do mestre italiano. Os originais passaram por várias mãos até finalmente serem editados, em 1894, na Itália. Chegaram a ser requisitados por Napoleão Bonaparte, que os levou a Paris, quando invadiu a Itália, em 1793, o que atrasou em 98 anos a sua publicação. Foram impressos 280 exemplares. A Biblioteca possui o de nº 214, que foi adquirido, por intermédio do poeta Mansueto Bernardi, em 1912.

A exposição também vai mostrar os livros considerados proibidos — por atentarem contra a moral ou por criticarem a ideologia política, religiosa ou social dominante. Alguns deles chegaram a figurar nas listas do Index Librorum proibitorum. Uma lista de livros acusados de conterem heresias, serem anticlericais ou lascivos e, portanto, proibidos pela Igreja Católica. Um exemplo é “O antigo e verdadeiro livro gigante de S. Cipriano”, que ganhou fama por tratar do tema da magia e feitiçaria. Com carimbo no exemplar indicando que “não é aconselhável o empréstimo deste tomo”. Outras obras são de conteúdo erótico, escritas nos séculos 18 e 19, a maioria de autores franceses, como “L’éspion libertin” (O espião libertino), de autoria anônima, de 1882.

Na sequência, serão apresentados clássicos da literatura universal, como “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, a coleção de Júlio Verne e “A divina comédia”, de Dante Alighieri, em edições impressionantes. Também terão destaque obras de autores sulinos como João Simões Lopes Neto, Alcides Maya, Erico Verissimo, Mario Quintana, em primeiras edições. E dos autores que foram diretores da Biblioteca Pública: Eduardo Guimarães, Manoelito de Ornellas, Augusto Meyer, Theodomiro Tostes e Darcy Azambuja, entre outros.

A exposição representa o reconhecimento da Biblioteca Pública do Estado do esforço dos seus primeiros diretores preocupados em criar um acervo de qualidade para atender a elite estudiosa da época. Hoje, este acervo cresceu e está disponível para empréstimo e consulta local de toda a população, na instituição que completa 152 anos de história na vida dos gaúchos.

O horário de visitação é de segunda a sexta, das 10h às 18h, e sábados, das 10h às 17h. A entrada é franca.

Serviço

O quê: Exposição “Obras raras do acervo da BPE”. Curadoria de Cláudia Antunes e Fábio Lázzari

Local: Sala Borges de Medeiros (Rua Riachuelo, 1190, no Centro Histórico de Porto Alegre)

Entrada Franca.



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