Cidade na Áustria investe em Desemprego zero. É possível acontecer no Brasil?

Depois de passar anos em casa criando os dois filhos, a técnica em sistemas elétricos Sarah Sklenicka enfrentou um "grande desafio" para voltar ao mercado de trabalho. Mas esta mulher de 37 anos agora está pronta para tudo, graças a um plano experimental na Áustria que afirma ser uma inovação para combater o desemprego de longo prazo.

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A cidade de Gramatneusiedl, perto de Viena, tem um índice de desemprego nulo depois de garantir empregos para seus 129 desempregados de longo prazo.

O projeto mostra que é possível erradicar esse problema persistente a nível comunitário, disse o economista Oliver Pickek, do Momentum Institute, em Viena.  "É possível dar trabalho a todos que quiserem", afirmou à AFP.

O projeto piloto MAGMA oferece treinamento em carpintaria, jardinagem, costura e outros ofícios exigidos em empresas locais, com salários mínimos para aqueles que não trabalham há mais de um ano.

Antes de começar, eles recebem oito semanas de assessoria para identificar seus pontos fortes e objetivos. Muitos relatam que o projeto os ajudou a recuperar sua autoconfiança.

Emprego garantido na cidade

"Me sinto mais confiante para me candidatar a algum lugar. Sinto que posso" conseguir um emprego fora do projeto, disse Sklenicka, que trabalhou no ano passado na fabricação e conserto de móveis.

Segundo os organizadores, todos os desempregados na cidade aceitaram a oferta de capacitação, exceto alguns por motivos de saúde.

O desemprego na Áustria é de 4,6%, abaixo da média da União Europeia. O país tem escassez de empregos em muitos setores, enquanto parte da população está marginalizada.

O mercado de trabalho de Gramatneusiedl é típico do estado da Baixa Áustria, por isso era ideal como teste para o serviço de emprego.

O grande desafio do projeto foi "o que fazer com certas pessoas que não conseguem ser integradas ao mercado de trabalho primário?", explicou Sandra Kern, vice-diretora do serviço.

A cidade, de 4.000 habitantes, também foi sede de um estudo inovador de 1933 sobre o desemprego em massa durante a Grande Depressão.

Ainda não se sabe se o projeto MAGMA, de quatro anos, será ampliado ou aplicado de forma mais ampla, disse Kern. O projeto custa menos de 30.000 euros por pessoa por ano, valor comparável ao seguro-desemprego.

Um estudo do projeto da Universidade de Oxford observou "fortes impactos positivos (...) no bem-estar econômico e não econômico dos participantes".

Recomeço

Yasemin Yaman caiu em depressão e sofreu ataques de pânico por não ter encontrado um emprego depois de ter filhos. Ela agora trabalha 30 horas por semana no projeto fazendo carpintaria e costura.

"Eu ficava muito sozinha até durante o dia. Senti que algo estava errado", contou à AFP a mãe de três filhos, de 38 anos. Agora ela diz que se sente "forte para começar de novo".

Como Robert Leisser, mais de 30% dos participantes do projeto encontrou emprego permanente na indústria madeireira local.

"Tornei-me ativo, voltei a fazer planos para o futuro" depois de passar dois anos no projeto, disse o homem de 37 anos, que lutou contra a dependência em drogas no passado.

Os contatos que ele fez por meio do MAGMA o ajudaram a conseguir seu emprego atual, acrescentou.

Rumo ao desemprego zero no Brasil: desafios e perspectivas.

Alcançar um índice de desemprego zero em qualquer país é um objetivo extremamente desafiador e complexo de se obter. Embora seja um ideal, é importante considerar vários fatores.

Com a nossa conjuntura econômica, políticas governamentais, investimentos, níveis de educação e qualificação da mão de obra, tecnologia, demanda por produtos e serviços, entre outros. Esses fatores são interdependentes e, muitas vezes, imprevisíveis, o que torna difícil alcançar o desemprego zero.

No caso específico do Brasil, é importante considerar sua dimensão geográfica, diversidade e tamanho da população. Alcançar a taxa de desemprego zero em um país tão diversificado pode ser um desafio significativo.

Embora seja um objetivo ambicioso, é mais realista trabalhar para reduzir o desemprego e promover condições de trabalho dignas e oportunidades para todos.

A realidade do desemprego no Brasil

Diversos fatores contribuem para essa realidade, incluindo crises econômicas, instabilidade política, falta de investimentos em infraestrutura e desafios educacionais.

Para atingir o desemprego zero, deve haver uma colaboração sólida entre setor público e privado, que são elementos-chave nesse processo.

Desafios para alcançar o desemprego zero

✅Qualificação: A falta de qualificação e habilidades específicas é um desafio significativo. Investimentos em educação e treinamento, alinhados às demandas do mercado de trabalho, são essenciais para aumentar a #empregabilidade e a #produtividade dos trabalhadores.

✅Formalização: O trabalho informal é uma realidade para muitos brasileiros. Promover a formalização das relações de trabalho é fundamental para garantir direitos trabalhistas, melhorar a proteção #social e estimular o crescimento econômico.

✅Desigualdade: O Brasil enfrenta desafios relacionados à desigualdade de renda e oportunidades. Para combater o desemprego e promover a #inclusão, é necessário adotar medidas que reduzam as disparidades regionais, promovam a igualdade de #gênero e enfrentem as desigualdades #raciais e socioeconômicas.

Perspectivas para o futuro

Embora alcançar o desemprego zero possa ser uma meta utópica, mas há perspectivas positivas para o Brasil. O país possui um potencial incrível.

Conclusão

Não devemos desistir de buscar uma economia mais inclusiva e empregadora no Brasil. É essencial abordar os assunto de inclusão das minorias.

Somente através de um esforço conjunto, envolvendo governo, setor privado e sociedade civil, podemos pavimentar o caminho rumo a um mercado de trabalho mais robusto e próspero para todos os brasileiros.

Fonte: revista Exame e Linkedin



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