Finalmente, decreto regulamenta lei da igualdade salarial entre mulheres e homens no Brasil

Finalmente! O decreto que regulamenta a lei de igualdade salarial foi publicado no Diário Oficial da União da semana passada e já está em vigor. A partir da legislação, empresas com mais de cem funcionários devem publicar um relatório de transparência salarial a cada seis meses. A ideia é assegurar igualdade de salários entre mulheres e homens. 

Esse documento deve ser publicado a cada mês de março e setembro e deve conter o cargo de cada funcionário e o valor de todas as remunerações, como horas extras e adicionais noturnos. Os dados pessoais devem ficar anônimos. Além de enviar as informações para o Ministério do Trabalho e Emprego, as empresas precisam publicar as informações em seus sites ou outros canais.

Caso haja constatação de desigualdade salarial entre homens e mulheres, o Ministério do Trabalho e Emprego poderá notificar a empresa para que ela elabore um plano de ação para reduzir a desigualdade na remuneração.

Veja mais detalhes abaixo, depois da imagem.

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Publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), o Decreto nº 11.795/2023 regulamenta a Lei nº 14.611, que foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho deste ano e estabelece a obrigatoriedade de igualdade salarial entre mulheres e homens.

Os relatórios deverão conter os valores de todas as remunerações e adicionais: salário contratual; 13° salário; gratificações; comissões; horas extras; adicionais noturno, de insalubridade, de penosidade, de periculosidade, entre outros; terço de férias; aviso prévio trabalhado; descanso semanal remunerado; gorjetas; e outras remunerações previstas em norma coletiva de trabalho.

Além disso, os dados e informações divulgados nos relatórios deverão ter caráter anônimo, estar de acordo com as leis de proteção de dados pessoais e devem ser enviados por meio de ferramenta digital do Ministério do Trabalho e Emprego. 

Para fins de fiscalização e averiguação cadastral, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) pode solicitar às empresas informações complementares àquelas que constam no relatório.

Descumprimento

Caso o MTE identifique alguma desigualdade salarial e de critérios remuneratórios entre homens e mulheres, as empresas deverão elaborar e implementar o Plano de Ação para Mitigação da Desigualdade Salarial e de Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens.

Este plano deve apresentar as medidas a serem adotadas, assim como as metas e os prazos. Também prevê a criação de programas de capacitação de gestores, lideranças e empregados a respeito do tema da equidade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. A promoção da diversidade e inclusão, capacitação e formação de mulheres para o ingresso, permanência e ascensão no mercado de trabalho são outros pontos que também devem constar no plano.

Outro item garante a participação de representantes das entidades sindicais e dos empregados na elaboração e implementação do Plano de Ação.

Ferramenta Digital

O Ministério do Trabalho e Emprego fica responsável por disponibilizar a ferramenta digital para que as empresas façam o envio dos Relatórios de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios pelas empresas. Na ferramenta, serão divulgados os relatórios e outros dados e informações sobre o acesso ao emprego e à renda das mulheres.

A pasta também deverá notificar as empresas quando for verificada, por meio da Auditoria-Fiscal do Trabalho, desigualdade salarial e de critérios remuneratórios entre homens e mulheres. As empresas notificadas terão 90 dias para elaborar o Plano de Ação para Mitigação da Desigualdade Salarial e de Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens.

Canal de Denúncias

O MTE também deverá disponibilizar um canal específico para recebimento de denúncias relacionadas à discriminação salarial e de critérios remuneratórios, além de fiscalizar o envio dos relatórios e analisar as informações contidas neles.

Cabe também ao Ministério do Trabalho e Emprego e ao Ministério das Mulheres monitorar os dados e o impacto da política pública e a avaliação dos seus resultados.


Fonte: GZH e Agência Brasil

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