Em SP, pacientes começam a receber tratamento considerado inovador contra o câncer

Na última sexta feira (17), quatro pacientes participaram do estudo clínico de fases 1 e 2 do tratamento contra o câncer com células CAR-T. O procedimento, considerado inovador, consiste na retirada dos linfócitos, as células de defesa, do próprio paciente, que são reprogramadas geneticamente em laboratório e, então, reaplicadas no organismo para enfrentar o câncer.


CNN / Reprodução


A técnica foi desenvolvida em 2017 nos Estados Unidos e chegou ao Brasil em 2019 pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), em colaboração com o Instituto Butantan e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O tratamento foi feito inicialmente no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto. Após a aplicação nos quatro primeiros pacientes, os dados foram analisados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, se o estudo for aprovado, outras instituições envolvidas vão começar a tratar outros candidatos. A expectativa é que 81 pacientes façam parte do estudo até ano que vem.

O procedimento é específico para pacientes com leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não-Hodgkin de células B que não responderam ou apresentaram o retorno da doença após a primeira linha de tratamento convencional, como quimioterapia e transplante de medula.

Entenda como funciona o tratamento contra o câncer considerado “inovador”

Os pacientes têm uma pequena quantidade de sangue colhida, de onde os linfócitos T, um tipo de célula de defesa, serão isolados e modificados em laboratório. Esse processo leva de 15 dias a um mês.

Depois, recebem uma única infusão das próprias células, agora reprogramadas para atacar as células tumorais. São 15 dias de internação para acompanhar os possíveis efeitos colaterais, resultado da inflamação provocada pelo tratamento.

Segundo o estudo, a inflamação é um sinal de que o tratamento deu certo, mas pode causar alguns sintomas, como febre, dor no corpo, queda de pressão e dificuldade respiratória.

Após 30 dias da infusão, o paciente terá a primeira consulta para checar a eficácia do tratamento. Os testes são repetidos após 90 dias do início do procedimento. Todos os pacientes serão monitorados por cinco anos como parte do estudo.


Fonte: CNN Brasil



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